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Escotismo: conheça o movimento que alia técnicas de sobrevivência com desenvolvimento pessoal

O movimento escoteiro foi criado para proporcionar aos jovens uma educação a partir da prática de atividades ao ar livre.

25/04/2024 às 10h40

25/04/2024 às 13h44

No dia 23 de abril é comemorado o Dia Mundial do Escoteiro, data escolhida pelo fundador do movimento escoteiro Robert Baden-Powell, para homenagear São Jorge, patrono do Escotismo – que é um movimento educacional que visa à educação de jovens a partir da prática de atividades ao ar livre, aprendizado prático, como, por exemplo, técnicas de sobrevivência, serviço comunitário e desenvolvimento pessoal.

Escotismo é um movimento que alia técnicas de sobrevivência com desenvolvimento pessoal - (Arquivo pessoal) Arquivo pessoal
Escotismo é um movimento que alia técnicas de sobrevivência com desenvolvimento pessoal

Entusiasmada com o movimento, Ana Vilma Silva, presidente da União dos Escoteiros do Brasil, no Piauí, atua no Escotismo há 10 anos e ressalta que a sua relação com essa atividade começou através do filho, membro de uma tropa escoteira. Hoje, toda a família faz parte do movimento.

“O propósito do Movimento Escoteiro foi criado para que os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente o caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades sociais, físicas, intelectuais, afetivas, intelectuais e espirituais, como cidadãos responsáveis, e participantes, úteis em suas comunidades conforme definido no Projeto Educativo da União dos Escoteiros do Brasil”, afirma a chefe Ana Vilma.

Segundo ela, atualmente, o Movimento Escoteiro do Piauí conta com 13 grupos escoteiros, distribuídos nas cidades de Teresina, Parnaíba, Piripiri, Altos, Floriano, Picos e Oeiras. Em 2023, o movimento teve 764 membros registrados. Este ano, já foram contabilizados 326 registros. Em nível mundial, o Escotismo está presente em 216 países e territórios, contando com efetivo de 37 milhões de membros.

O Piauí possui 13 grupos escoteiros - (Arquivo pessoal) Arquivo pessoal
O Piauí possui 13 grupos escoteiros

O movimento utiliza o método educativo escoteiro como ferramenta para criar as condições educativas necessárias para que os jovens sejam os protagonistas do seu próprio desenvolvimento. É um sistema de autoeducação progressiva, de empoderamento e de aprendizagem cooperativa, baseado nas interações de elementos igualmente importantes, que atuam de maneira articulada como um sistema coeso: promessa e Lei Escoteira; aprender fazendo; progressão pessoal; sistema de equipes; suporte do adulto; marco simbólico; natureza; e envolvimento comunitário.

“Para as crianças, principalmente as menores, tudo faz parte de uma gostosa brincadeira cheia de aventuras junto à natureza. Porém, durante as atividades dos escoteiros é trabalhada a construção do caráter do jovem"

Ana Vilma SilvaChefe Escoteira

O Escotismo se baseia em três pilares: deveres para com Deus e a Pátria, deveres para com o próximo e deveres para consigo mesmo. De acordo com o movimento, o método busca desenvolver os jovens para que eles adquiram conhecimentos sobre técnicas de sobrevivência em ambientes com poucos recursos e sobre como agir com relação às adversidades. Do mesmo modo, durante a prática, os escoteiros aprendem valores morais, tais como respeito, honestidade, educação, cordialidade, disciplina e lealdade. As crianças ainda aprendem a praticar boas ações, sendo incentivadas a desenvolvê-las todos os dias.

“Trata-se de um complemento tanto do ambiente escolar quanto do familiar. Diversas atividades de Escotismo contam com o envolvimento dos pais das crianças e jovens escoteiros. Com isso, muitos pais acabam se envolvendo, naturalmente, nas atividades e ajudando na organização e, também, na administração do grupo. O resultado é uma melhor interação entre pais e filhos”, ressalta Ana Vilma.

Grupo escoteiro do Piauí - (Arquivo pessoal) Arquivo pessoal
Grupo escoteiro do Piauí

Ultimamente, a prática do Escotismo tem sido muito utilizada entre grupos de jovens ligados a determinadas instituições religiosas. Segundo a chefe Ana Vilma, a explicação é que um dos preceitos do movimento deixa claro que podem participar do movimento pessoas de todos os credos, sem qualquer distinção, e todos são estimulados a cumprir os preceitos de sua religião ou a buscar um sentido espiritual para sua vida.

1º Grupo Escoteiro do Piauí, Visconde de Cairú - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
1º Grupo Escoteiro do Piauí, Visconde de Cairú

“No Escotismo se realizam atividades de caráter geral que contribuem para o desenvolvimento espiritual, atividades religiosas de diálogo inter-religioso ou ecumênico e atividades religiosas específicas conforme o credo dos participantes. A prática do Escotismo inclui o cumprimento dos deveres para com Deus e cada participante o faz conforme os ditames de sua fé. Estimula-se também a prática religiosa de seus membros, promovendo-se atividades religiosas específicas, coordenadas por escotistas das respectivas religiões”, destaca a chefe.

Grupo escoteiro do Piauí - (Arquivo pessoal) Arquivo pessoal
Grupo escoteiro do Piauí

Personalidades que foram escoteiros

O Escotismo esteve presente na vida de diversas personalidades que passaram pela formação: no Piauí foram escoteiros Zequinha Freite, o ex-arcebispo Dom Avelar Brandão Vilela, o ex-governador e atual ministro Wellington Dias, o ex-governador Wilson Martins, padre Ângelo Imperial, padre Hilário, empresário Paiva Igreja e Volmar Miranda. O primeiro homem a pisar na lua, o astronauta Neil Armstrong levou para o espaço uma insígnia do movimento. Além dele, outras personalidades como Barack Obama, David Beckham, Mariah Carey, Paul McCartney, Queen Latifah fizeram parte do movimento. Assim como algumas personalidades brasileiras, como o cantor de axé Bel Marques, a apresentadora Sabrina Sato e o ex-presidente Juscelino Kubitschek.

Origem

Militar britânico, Robert Baden-Powell criou o Escotismo em 1907, movimento que se espalhou por quase todos os países do mundo, projetando o lema “Sempre alerta!”. O 23 de abril, para toda a categoria, é uma data festiva que serve também para reflexão sobre o significado de ser escoteiro, bem como para trabalhar, cada vez mais, o fortalecimento das atividades desenvolvidas nas reuniões, acampamentos e nos acantonamentos.

A introdução do Escotismo no Brasil ocorreu no ano de 1910, através dos oficiais da Marinha Brasileira, criando-se em 1924 a UEB – União dos Escoteiros do Brasil, que só chegou no Piauí no ano de 1963, trazido pelo empresário Zequinha Freire, oficializando-se em 20 de setembro de 1964.

Os participantes são organizados em grupos escoteiros, divididos em patrulhas, dependendo da estrutura local. Os grupos são liderados por adultos voluntários que são treinados e certificados no movimento escoteiro. Existem diferentes ramos dentro do Escotismo, cada um adaptado para atender às necessidades e interesses de diferentes faixas etárias, desde os lobinhos e lobitas, os mais novos, até os escoteiros mais velhos.

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Texto por João Antônio Barros, com edição de Nathalia Amaral.