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Policiais da PRF que atiraram em jovem admitem erro em depoimento

Uma jovem de 26 anos ficou em estado gravíssimo após policiais da PRF atirarem no carro em que ela estava. Os agentes admitiram ter confundido o veículo com um carro suspeito.

25/12/2024 às 16h43

25/12/2024 às 16h43

Os policiais rodoviários federais que abriram fogo contra o carro de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, na noite de Natal, reconheceram em depoimento que os disparos foram um equívoco grave. Juliana, que estava indo com a família para a casa de parentes em Niterói, foi atingida na cabeça e segue em estado gravíssimo no hospital.

De acordo com o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, os agentes – dois homens e uma mulher – estavam em escala de plantão natalino, mas habitualmente atuam em funções administrativas, sem experiência em patrulhamento de rotina. Eles alegaram que, ao se aproximarem do veículo na BR-040, ouviram disparos e assumiram erroneamente que vinham do carro da família.

Juliana Leite Rangel foi baleada na cabeça e segue em estado gravíssimo no hospital. - (Reprodução/Redes Sociais) Reprodução/Redes Sociais
Juliana Leite Rangel foi baleada na cabeça e segue em estado gravíssimo no hospital.

“Os policiais relataram que, diante do que ouviram, reagiram acreditando estar sob ataque. Foi um erro grave e uma abordagem totalmente fora dos padrões de treinamento”, afirmou Almada. Segundo ele, o incidente está sendo investigado tanto pela PRF quanto pela Polícia Federal (PF), que já realizou perícias no local e nas armas dos policiais – dois fuzis e uma pistola automática.

Outro elemento que complica o caso é o alerta de um ataque anterior na mesma rodovia, relatado no rádio da corporação momentos antes. A alguns quilômetros de distância, outra patrulha da PRF foi alvo de tiros enquanto dava suporte a um veículo no acostamento. Ninguém ficou ferido, mas o aviso sobre o ataque pode ter contribuído para a precipitação da equipe envolvida no caso de Juliana.

“É uma situação lamentável e estamos apurando todos os fatores que levaram a esse erro”, disse Almada. Ele ressaltou que o comando regional determinou o afastamento dos policiais de todas as atividades operacionais e solicitou que a PF assuma as investigações para garantir imparcialidade.

Juliana estava no banco da frente do carro, ao lado do pai, Alexandre Rangel, que dirigia. Segundo ele, ao ouvir a sirene da PRF, sinalizou com a seta para encostar, mas os policiais começaram a atirar antes mesmo da parada. “Eu pedi para a minha filha abaixar. Meu filho deitou no fundo do carro. Mas, infelizmente, um tiro atingiu a Juliana”, relatou Alexandre, que também foi baleado na mão esquerda, mas já recebeu alta.

O carro da família e o veículo da PRF foram encaminhados para o pátio da delegacia federal em Nova Iguaçu, onde serão realizados os procedimentos de perícia. A PRF e a Polícia Federal foram acionadas para apurar os detalhes da ocorrência.


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