O vereador Cícero da Silva Rocha (MDB), vice-presidente da Câmara Municipal de Nazária, ganhou liberdade após uma decisão do juiz Valdemir Ferreira, da Central de Inquéritos. O parlamentar foi preso na semana passada durante a operação Vaga Fantasma, da Polícia Civil do Piauí, por suspeita de integrar um grupo criminoso que aplicava golpes pela internet.
Segundo a investigação conduzida pelo delegado Odilo Sena, do 6º Distrito Policial, o esquema mirava pessoas que estavam desempregadas ou na eminência de perder o emprego. Além da pessoa, eram lesados ainda revendedores de veículos e instituições financeiras. O delegado Odilo Sena, que se desincompatibilizou do cargo devido a legislação eleitoral, disse que apesar da soltura, o vereador deverá ser indicado.
“Ele será indiciado, tanto ele como os outros envolvidos. Um dos envolvidos deve fazer uma delação premiada em relação a todo o ocorrido. O indiciamento deve ocorrer assim que o delegado geral escolher outra autoridade policial para concluir essa investigação”, disse o delegado.
Na decisão que soltou o vereador, o juiz Valdemir Ferreira alegou que ele possui residência fixa e também desempenha uma ocupação lícita. O despacho do magistrado levou em consideração um parecer favorável do Ministério Público.
Como o esquema funcionava
A polícia apontou que os suspeitos criavam falsas ofertas de emprego para se apossar de dados dos candidatos. De posse dos dados, os criminosos abriam contas em bancos digitais e contraíam empréstimos para a compra de veículos.
Durante a investigação, a polícia identificou pelo menos três grupos de vítimas: os candidatos às falsas vagas de emprego, os bancos onde os criminosos abriam as contas e faziam os empréstimos e os revendedores de veículos.
Neste primeiro momento da Operação Vaga Fantasma, a polícia conseguiu identificar quatro pessoas com envolvimento no esquema, mas há possibilidade de mais uma ou duas pessoas suspeitas de fazerem parte da fraude. Eles serão indiciados por fraude eletrônica e organização criminosa. O delegado Odilo Sena acrescenta que a cada empréstimo contraído no nome das vítimas, os criminosos cometiam uma fraude diferente.