Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, renunciou e fugiu do país após uma onda de protestos que resultou em mais de 300 mortes. A renúncia de Hasina ocorre em meio a confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança, o que tem gerado uma das crises mais graves desde a independência do país, em 1971.
Na quarta-feira (7), informações indicam que Sheikh Hasina e sua irmã foram transportadas em um helicóptero militar para um local seguro, com suspeitas de que estejam a caminho da Índia. As manifestações, que começaram como um movimento estudantil contra o sistema de cotas de empregos públicos, se intensificaram após a decisão do Tribunal Superior de Bangladesh de restabelecer essas cotas.
O toque de recolher e o bloqueio à internet não impediram que grandes multidões invadissem a residência oficial de Hasina em Dhaka, a capital. A violência dos confrontos entre a polícia e os manifestantes, que resultou em pelo menos 90 mortes no domingo (4/8), elevou o número total de mortos para mais de 300 nas últimas semanas.
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Motivação dos protestos em Bangladesh
Os protestos começaram em julho com demandas para a abolição das cotas, que reservam 30% dos empregos públicos para descendentes de veteranos da guerra de independência de 1971. As manifestações ganharam força após Hasina, conhecida por sua firmeza e calma, desconsiderar essas demandas em uma conferência de imprensa. O sistema de cotas foi restabelecido pelo Tribunal Superior no mês passado, gerando uma onda de violência que culminou na queda da primeira-ministra.
Próximos passos
A situação caótica em Bangladesh despertou a atenção internacional, especialmente da Índia, que tradicionalmente tem sido uma forte aliada de Hasina. Embora a Índia tenha inicialmente tratado os protestos como um assunto interno de Bangladesh, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Subrahmanyam Jaishankar, está pessoalmente monitorando a situação, refletindo a crescente preocupação com os eventos na vizinhança.
O futuro imediato de Bangladesh permanece incerto. A decisão do tribunal de eliminar parte das cotas não foi suficiente para acalmar os ânimos. Os estudantes e manifestantes exigem justiça pelas mortes ocorridas, o que pode levar a mais julgamentos e mudanças significativas no governo. A resposta internacional e o impacto regional serão cruciais para entender como a situação se desenrolará nos próximos meses.
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