A Polícia Federal deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (14) a Operação Grima para cumprir sete mandados de busca e apreensão em Teresina e na cidade de Mulungu, no Ceará, contra fraudes em licitações. A investigação apura corrupção por meio da celebração de contratos de assessoria jurídica com municípios e detectou que o esquema era capitaneado por advogados de Teresina por meio de cooptação de agentes públicos.
A polícia não informou os nomes dos advogados investigados.
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Em nota, a Polícia Federal informou que os contratos de assessoria jurídica firmados entre os advogados e os municípios tinham o suposto objetivo de prestar serviços de levantamento de crédito previdenciários passíveis de compensação para fraude nas Guias de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP).
“A dinâmica operacional envolvia o litígio de pelo menos 80 municípios contra a Receita Federal e cifras milionárias, capitaneadas por advogados da capital piauiense por meio da cooptação de diversos agentes públicos. Foram identificadas pela CGU [Controladoria Geral da União] uma série de irregularidades nas contratações dos serviços jurídicos pelos municípios no período de 2014 a 2018, as quais foram realizadas com recursos públicos federais”, disse a PF em nota.
O prejuízo causado pelo esquema criminoso aos cofres públicos chega a R$ 200 milhões, segundo as estimativas da CGU.
Os mandados cumpridos em Teresina em Mulungu-CE tinham como endereços residências e escritórios profissionais das pessoas investigadas. As diligências resultaram na apreensão de bens que possam ser utilizados para ressarcir o prejuízo aos cofres públicos.
Os investigados poderão responder pela prática de crimes tributários, crimes de licitação e desvio de recursos públicos.