Em solenidade realizada nesta sexta-feira (15) em Luís Correia, o governo do Piauí lançou as pedras fundamentais de dois projetos de produção de hidrogênio verde. Em parceria com o setor privado, a iniciativa prevê investimentos de R$ 200 bilhões, até 2035, nas instalações do recém-inaugurado Porto Piauí. O presidente em exercício Geraldo Alckmin esteve na solenidade e classificou o projeto como a "neo industrialização" que o Brasil precisa.
Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) celebrou o fato de que, com as energias renováveis, o Nordeste e, em especial, o Piauí, deixará de ser apenas exportador de excedente de energia para se industrializar com a nova indústria, inovadora e sustentável.
“O compromisso do presidente Lula é desenvolvimento inclusivo, com emprego, renda, melhorar a vida das pessoas, com estabilidade, sem inflação, com sustentabilidade”, completou o vice-presidente.
A implantação dos projetos no Piauí está alinhada ao programa de neoindustrialização, com a visão do governo federal de descarbonização e à sua política pública para as ZPEs. Todos os projetos apresentados para implantação na ZPE de Parnaíba serão avaliados pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação – CZPE e poderão, em caso de adequação, ser aprovados já em 2024.
Rafael Fonteles destacou a importância dos projetos de hidrogênio verde para o Nordeste brasileiro. “Nós estamos diante, com esse projeto, da verdadeira e nova industrialização do Nordeste brasileiro. E o senhor está liderando o tema da neoindustrialização, e essa industrialização não pode ser artificial, como muitas vezes se tentou promover”, afirmou Fonteles.
“Precisamos industrializar o Nordeste, o Piauí, a partir das nossas próprias vocações. E a nossa vocação chegou, é a indústria verde”, acrescentou o governador.
Hidrogênio verde será escoado para Europa pelo Porto Piauí
A primeira etapa do Porto Piauí foi inaugurada nesta quarta-feira (13) pelo governador Rafael Fonteles, quando o equipamento obteve a autorização do Ministério dos Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para operar. A área recebeu obras de infraestrutura portuária, incluindo a dragagem do canal de acesso no rio Igaraçu, com 3,5 quilômetros de extensão e profundidade de 7 metros, na maré baixa, e de 9 metros, na alta.
Por meio da Investe Piauí, o governo do estado aportou recursos para estabelecer as instalações iniciais, que já contam com um cais de 180 metros de comprimento, retroárea (espaço contíguo ao cais), urbanização da via, ambiente de acesso onde será construído o centro administrativo do porto, além do pátio de contêineres e do pátio de mercadorias em geral. O Porto Piauí é o primeiro porto marítimo do estado, único litorâneo que não possuía o equipamento logístico fundamental para o comércio exterior e desenvolvimento local.
“O Piauí é um dos melhores locais do mundo para produzir H2V, diz Green Energy Park
Durante a solenidade, Bart Biebuyck, CEO da Green Energy Park, empresa europeia que irá investir R$ 50 bilhões no Piauí, comentou que o estado é um dos melhores locais do mundo para desenvolver um projeto como esse.
De acordo com ele, H2V estará cada vez mais presente em nossas vidas nos próximos anos e, através desses investimentos, o Piauí se tornará líder mundial na produção dessa commodity. "Com a criatividade, engenharia e inovação e, acima de tudo, com o talento do povo do Piauí, esse projeto será um grande sucesso. Recentemente, participei da COP28 e ficou claro para muitas delegações que o Brasil, especialmente o Piauí, é um dos melhores locais do mundo para construir projetos como esse”, disse Bart Biebuyck.