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Como Faustão, nove piauienses aguardam na fila para transplante de coração

Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes, o país tem 386 pessoas esperando por um coração.

21/08/2023 às 17h56

27/09/2023 às 11h50

No cenário dos transplantes de órgãos no Brasil, onde a demanda frequentemente supera a oferta, a situação das pessoas aguardando por um transplante de coração é especialmente delicada. Atualmente, o Piauí realiza transplantes de rim e córnea. No entanto, quando se trata de órgãos mais críticos, como coração, é preciso que os pacientes sejam enviados para outros estados. Nos últimos três anos, nove indivíduos do Piauí foram encaminhados para a lista de espera por um coração saudável que possa dar a eles uma nova chance de vida. 

No Piauí, nove pessoas aguardam na fila para transplante de coração - (Reprodução/Drauzio Varella) Reprodução/Drauzio Varella
No Piauí, nove pessoas aguardam na fila para transplante de coração

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“Essa regulação é feita através da solicitação do paciente e encaminhamento do cardiologista. Essas pessoas geralmente são encaminhadas para hospitais realmente muito bem estruturados, como o Sírio Libanês ou o Albert Einstein, que são hospitais de grande porte e que estão no programa do Ministério da Saúde”, explica a diretora da Central de Transplantes, Dra. Lourdes Veras.

Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o país tem 386 pessoas esperando por um coração. A quantidade de pacientes é menor se comparada à fila de espera para outros órgãos, uma vez que os casos geralmente envolvem urgências médicas e alta taxa de mortalidade. 

Quando o transplante de coração é indicado significa que o estado do paciente é muito grave. É um paciente de terapia intensiva. Então, geralmente, são pessoas que têm que ter realmente uma contemplação muito rápida, porque não se pode esperar muito. Então, por isso, as listas de espera não são tão grandes quanto as de outros órgãos.

Dra. Lourdes VerasDiretora da Central de Transplantes

A situação do apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, demonstra a realidade desafiadora que muitos pacientes enfrentam enquanto aguardam na fila por um transplante de coração. Recentemente, Faustão foi internado com grave quadro de insuficiência cardíaca e, conforme boletim médico, o apresentador precisará passar por um transplante cardíaco. 

Faustão aguarda na fila por transplante de coração  - (Reprodução/Instagram) Reprodução/Instagram
Faustão aguarda na fila por transplante de coração

No Brasil, a fila de espera por órgãos é única, englobando pacientes de diferentes origens e sistemas de saúde. Com mais de 65 mil pessoas aguardando um órgão, a necessidade de doações se torna mais evidente do que nunca. Ainda que a fila para transplante de coração seja a menor, o tempo de espera pode chegar a 18 meses, o que demonstra a importância de conscientização sobre a doação de órgãos e a necessidade de uma eficiente estrutura de transplantes no país.

Como funciona a doação de órgãos?

A doação de órgãos é um caminho de esperança para milhares de pacientes em todo o Brasil que aguardam ansiosamente por uma nova oportunidade de vida. Entretanto, esse processo enfrenta diversos desafios como a escassez de doadores. 

A legislação brasileira estabelece que mesmo que um indivíduo seja oficialmente registrado como doador de órgãos, a decisão final recai sobre a família. Muitas vezes, a falta de compreensão por parte da família resulta na não autorização da doação. Além disso, em alguns casos, a captação dos órgãos não é realizada de maneira adequada, o que pode resultar na perda de órgãos que poderiam salvar vidas.

Qualquer pessoa pode decidir tornar-se doadora de órgãos  - (Reprodução/MedicinaS/A ) Reprodução/MedicinaS/A
Qualquer pessoa pode decidir tornar-se doadora de órgãos

O processo de doação de órgãos só se inicia após a confirmação da morte cerebral do paciente. A partir desse momento, a seleção do receptor é pautada por critérios como peso, altura e tipo sanguíneo, o que visa garantir o sucesso do transplante e a melhoria da qualidade de vida do paciente receptor.

Setembro Verde

A complexidade e os desafios envolvidos na doação de órgãos reforçam a necessidade contínua de disseminação de informações sobre o tema. Por isso, foi criada a campanha Setembro Verde, que trata sobre a importância de ser um doador.

O Setembro Verde tem como objetivo sensibilizar a população e desmitificar questões relacionadas à doação de órgãos. A iniciativa ganha destaque durante todo o mês de setembro, promovendo a conscientização e incentivando a reflexão sobre a capacidade de salvar vidas através do ato de doar.

Setembro Verde conscientiza sociedade sobre doação de órgãos   - (Reprodução/Sociedade dos Advogados) Reprodução/Sociedade dos Advogados
Setembro Verde conscientiza sociedade sobre doação de órgãos

Além disso, a iniciativa procura dissipar mitos que ainda cercam o tema, esclarecendo que a doação de órgãos pode ser realizada de forma segura, respeitando todos os protocolos médicos e legais.