O Piauí bateu um recorde preocupante nesta segunda-feira (18). Segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Estado ocupa o primeiro lugar do ranking nacional na quantidade de focos queimadas registradas nas últimas 24 horas. Somente de domingo (17) para segunda (18) o Piauí registrou 434 focos de queimada em seu território.
O número é quase duas vezes maior que o total registrado pelo segundo lugar do ranking, o Estado do Acre, onde foram identificados 296 focos. A média piauiense é de 18 queimadas por hora.
O município onde mais se registrou focos de queimada no Estado no último dia foi Baixa Grande do Ribeiro, que concentrou 46 focos. Logo em seguida aparece a cidade de Riacho Frio, com 33 focos, e Currais do Piauí, com 25 focos. Teresina não aparece no ranking das cidades do Piauí com registro de queimadas nas últimas 24 horas.
Para efeito de comparação, o município piauiense de Baixa Grande do Ribeiro aparece como o sexto do país com a maior quantidade de focos de incêndio registrados de ontem (17) para hoje (18). Riacho Frio também figura no ranking das cidades do Brasil com a maior concentração de queimadas assim como Currais, Floriano (23 focos) e Uruçuí (23 focos).
Conforme o Inpe, o bioma mais afetado por incêndios florestais no Piauí é o Cerrado, que concentrou 66,6% dos focos registrados nas últimas 24 horas. Logo em seguida aparece a Caatinga, com 33,4% dos focos. Em números absolutos, o Cerrado registrou 289 focos ao passo que as queimadas na Caatinga somaram 145 ocorrências. Nenhuma unidade de conservação estadual ou federal de conservação situada em território piauiense chegou a ser atingida pelos incêndios.
Ainda de acordo com Inpe, o Piauí como um todo encontra-se na chamada zona de risco de fogo, ou seja, com situações climáticas propícias para a ocorrência de queimadas de médias e grandes proporções. O instituto define como “situação propícia para queimadas” ventos fortes, baixa umidade do ar e altas temperaturas. Vale lembrar que o Estado também está em alerta para a ocorrência de uma onda de calor que deve elevar as temperaturas para até 40°C nos próximos dias.
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O Inpe orienta as autoridades locais para a necessidade de planejamento de prevenção a queimadas e operações de contenção em casos de necessidade. A Defesa Civil Estadual informou que está vigilante quanto à situação.
Como funciona o Programa de Queimadas do Inpe
O Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolve pesquisas, tecnologia e processos para monitorar a ocorrência e propagação, bem como a classificação do fogo em área de vegetação. O programa permite apontar risco, extensão e grau de severidade de incêndios florestais, utilizando técnicas de sensoriamento remoto, geoprocessamento e modelagem numérica.
Os dados obtidos a partir das pesquisas são publicados na página do Inpe e atualizados diariamente para acesso aberto à população. Os boletins divulgados auxiliam autoridades competentes no planejamento de ações de prevenção e combate a incêndios florestais em todo o Brasil.