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População indígena no Piauí cresceu 144% em 12 anos, aponta IBGE

Maioria dos indígenas do Piauí vive na zona Urbana. Aqueles que vivem na zona Rural possuem a maior taxa de analfabetismo.

19/12/2024 às 12h07

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (19) o recorte sobre a população indígena brasileira obtido no Censo Demográfico 2022. Os números dão um panorama a respeito da taxa de alfabetização desta parcela populacional e também sobre a localização destas pessoas dentro do território piauiense. Mas o que chamou a atenção foi os números total de indígenas vivendo no Piauí. Em 2010, o IBGE havia identificado 2.944 pessoas que se reconheciam como indígena no Piauí. Em 2022, este total havia saltado para 7.202. O aumento foi de 144,63% em 12 anos.

População indígena no Piauí cresceu 144% em 12 anos, aponta IBGE - (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil
População indígena no Piauí cresceu 144% em 12 anos, aponta IBGE

Destas mais de 7 mil pessoas que se identificam como indígena no Piauí, 3.721 residiam em áreas urbanas, o que representa 51,67% do total. Significa dizer que a maioria da população indígena do Piauí está localizada nas áreas urbanas das cidades. Os outros 3.481 representantes desta parcela populacional residem na zona Rural, o que equivale a 48,33%. Apesar de os indígenas vivendo na área urbana serem maioria no Piauí, houve um incremento na quantidade deles que vive na zona Rural se comparado com o censo de 2010.

É que em 2010, havia uma discrepância maior entre os indígenas localizados na zona urbana e na zona rural. Naquele ano, a proporção desta população residindo nos centros urbanos era de 80,06% enquanto que a proporção residindo na zona rural era de apenas 19,94%. Hoje, os números se equilibraram mais e a proporção de indígenas piauienses vivendo na zona rural cresceu para 48,33% do total enquanto que a proporção que vive na zona urbana reduziu para 51,67%.

O IBGE constatou que a maior parte das pessoas que passaram a se reconhecer como indígena no Piauí em 2022 residia em áreas rurais. O Instituto afirma que hoje, a população indígena tem um perfil menos urbano que o total da população.

População indígena no Piauí cresceu 144% em 12 anos, aponta IBGE - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
População indígena no Piauí cresceu 144% em 12 anos, aponta IBGE

Taxa de analfabetismo entre indígenas que moram na zona rural é 70% maior

Os indígenas moradores da zona rural do Piauí ainda são minoria em relação aos que vivem na zona urbana, mas a taxa de analfabetismo entre eles é maior, o que, segundo o IBGE, é um índice preocupante. O Censo Demográfico 2022 demonstrou que a taxa de analfabetismo entre a população indígena piauiense ficou em 22,38%, superior inclusive à média registrada para toda a população do Estado, que foi de 17,23%. Mas a taxa de analfabetismo entre aqueles que vivem na zona rural foi de 28,6%, o terceiro maior indicador do país.

Para efeito de comparação, o número é quase duas vezes maior que a taxa de analfabetismo entre os indígenas piauienses que vivem nas áreas urbanas (17,03%). Entre as unidades da federação, as maiores taxas de analfabetismo na população indígena nas áreas rurais foram do: Maranhão (31,09%), Rio Grande do Norte (29,02%) e do Piauí (28,6%). As menores taxas ficaram com: Espírito Santo (9,22%), Santa Catarina (10,61%) e Amapá (11,57%).

Ainda segundo o Censo Demográfico de 2022, no Piauí, os homens indígenas eram maioria nas áreas rurais, com 51,42% da população, enquanto as mulheres correspondiam a 48,58%. Já nas áreas urbanas, as mulheres indígenas superavam os homens, representando 53,18%, contra 46,82% dos homens.


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Com informações do IBGE