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"œAs eleições municipais darão um rumo para 2022", diz Francisco Limma

Em entrevista, o novo presidente estadual do PT analisou o cenário político local e elencou os desafios que o partido enfrenta no Piauí.

10/08/2020 07:33

O deputado estadual Francisco Limma, novo presidente do PT, conversou com O DIA e analisou o cenário político local, incluindo os desafios que a sigla precisa enfrentar no estado. O parlamentar avalia a necessidade de focar sua gestão partidária em três eixos: organizar a legenda para as eleições deste ano, com o objetivo de garantir a eleição do maior número de prefeitos, vice e vereadores; sair do pleito eleitoral fortalecido para 2022 e levar o candidato petista à Prefeitura de Teresina Fábio Novo, ao segundo turno das eleições. 

- Deputado, como o senhor avalia a unidade petista após o processo eleitoral em que o senhor foi eleito presidente do PT, após uma disputa contra o deputado Franzé Silva, onde você obteve grande maioria? 

A democracia interna é uma das coisas mais fortes no Partido dos Trabalhadores. Essa capacidade de debater temas, debater disputas eleitorais e, no final, tudo fica bem. Isso fortalece o partido nessa discussão e certamente essa escolha de substituto do deputado federal Assis Carvalho, que vinha fazendo um grande trabalho a frente do PT, deixa o partido mais fortalecido, sem nenhuma cisão, nenhum rancor ou querelas na disputa. Então, isso é importante e o partido marcha unido internamente com a agregação de todas as suas correntes de debates de pensamentos interno. 


"Temos que recuperar a imagem de partido contrário ao projeto neoliberal de interesse das empresas" - Foto: O Dia

- O senhor substitui o deputado federal Assis Carvalho na presidência regional do PT, conhecido pelo seu jeito aguerrido de tratar as questões partidárias. O senhor vai dar continuidade ao trabalho dele e quais são os principais desafios do partido nessa atual conjuntura política de eleições municipais? 

Lamentavelmente houve o falecimento prematuro do deputado Assis Carvalho e, certamente, não será uma missão fácil substituí-lo, cada um com o seu estilo. Eu vejo hoje três grandes desafios externos do partido. O primeiro é organizar o time para as eleições municipais 2020. E Assis já vinha fazendo uma grande articulação envolvendo vários municípios, hoje cerca de 100 pré-candidatos a prefeito e a prefeita, 50 pré-candidatos e candidatas a vice e em torno de 1.700 pré-candidaturas a vereador e a vereadora. Na verdade, esse é um grande desafio. O outro aspecto é a questão de levar, aproximar mais o partido cada vez a sua base social. Então, é essa relação com a base, com os trabalhadores e trabalhadoras, com quem está nas periferias das cidades, com quem atua no sindicalismo, com os pequenos empreendedores, bem como com os trabalhadores e trabalhadoras rurais, fortalecer a relação com as mulheres, juventude e a população negra e LGBT, enfim, com vários segmentos. Outro desafio é cada vez mais fortalecer a imagem e até recuperar a imagem do Partido dos Trabalhadores como um partido de oposição não somente ao atual governo mas ao projeto de desenvolvimento neoliberal que coloca apenas as questões dos interesses das empresas do centro do debate do governo. É importante a gente compreender a importância de um estado social, da inclusão da maioria da população, da distribuição das riquezas de nosso país e da manutenção da identidade da soberania nacional. E é esse o debate importante nesse momento. São esses três grandes desafios que vejo pela frente, como coisas importantes para o partido. Claro, além de uma reorganização e reestruturação interna onde todos os grupos e tendências possam participar ativamente dessa democracia interna. 

- Como será o apoio do PT às candidaturas majoritárias e proporcionais? 

O PT ajuda a organizar o time. Há o diálogo com as outras forças políticas de cada município, ajudando a traçar as estratégias na relação com os aliados, pensando quais são as questões centrais do debate na campanha eleitoral e até vendo a melhor forma de distribuição do Fundo Eleitoral, que é muito pequeno para o conjunto, mas o PT exercita essa democracia interna nessa questão também do uso do Fundo Eleitoral para apoiar as campanhas municipais. 

- Com quais partidos o PT sairá aliado nesse pleito eleitoral municipal e quais municípios são prioridades para o partido? Para o Senhor, essa eleição municipal é decisiva para a sucessão do governador Wellington Dias em 2022, já que seu mandato vai até 2023? 

Toda eleição prepara para a eleição seguinte. Claro que as eleições municipais exatamente darão o rumo no que acontecerá nas eleições de 2022, embora nem sempre sejam determinantes. O governador Wellington Dias tem uma capacidade enorme de extrapolar os limites partidários, agregando novas legendas, novos agrupamentos e novas forças políticas. Então, certamente ela demonstra capacidade de organização do partido. E se percebe também a força dos outros partidos e isso permite traçarmos estratégias para agregação para eleição seguinte no caso da sucessão do governador Wellington Dias. Então, essas eleições municipais são importantes embora não acredito que ela, sozinha, seja determinante. Mas é sempre importante o resultado dessas eleições municipais. 

- O Senhor é da corrente Construindo um Novo Brasil, que era o mesmo grupo do deputado Assis Carvalho, e fica no cargo até setembro de 2023. Como se dará essa relação com as demais correntes dentro do partido? 

O partido sairá unido e serei presidente de todas as forças vivas do partido, respeitando as diferenças e estimulando o debate dentro de uma convivência harmoniosa com as demais forças e valorizando sobretudo a democracia interna. Então, serei, sim, presidente de todas as forças e de todas as correntes políticas de nosso partido para manter a unidade mesmo na diversidade no debate político. 

- O Senhor destacou após ser eleito que vai realizar um trabalho para manter o partido unificado, destacando inclusive o trabalho de Assis Carvalho na construção da união da sigla. Essa é uma das principais ações, já que o Senhor afirma que será o presidente de todas as forças e tendências? 

Como já disse, organizar o time para as eleições municipais é um dos grandes desafios logo agora no início. O deputado estadual Fábio Novo é o nosso pré-candidato a prefeito de Teresina. É o melhor nome para conduzir os destinos de Teresina nos próximos anos. É um deputado atuante, arrojado, tem experiência no executivo quando foi secretário de Educação e como secretário de Cultura fez a diferença. Então, faz um bom debate, tem uma capacidade de comunicação fantástica e é um grande articulador político. Portanto, creio que o deputado Fábio Novo irá para o segundo turno e esse é o primeiro desafio na sua campanha e vamos cuidar disso com muito maestria, zelo e empenho haja visto que Teresina é a maior densidade eleitoral do Piauí, são mais de 25% do eleitorado do Estado. Acredito piamente na possibilidade da eleição do deputado Fábio Novo e vamos trabalhar para isso junto com os demais partidos aliados. 

- O Senhor afirmou que o partido vai levar o deputado Fábio Novo para o segundo turno da eleição em Teresina. Quais alianças construirão para isso e com qual candidato o PT prefere disputar o segundo turno das eleições de Teresina e por quê? 

Primeiro, não escolhemos quem será o candidato adversário do deputado Fábio Novo no segundo turno. Qualquer um que virá, quem vier melhor dizendo, vamos estar em condições de igualdade de fazer o bom debate, apresentando as nossas propostas, apresentando as alternativas para conduzir os rumos de Teresina. Tratando dos vários aspectos da cidade. Cuidando da infraestrutura que tem problemas seculares e que há muitos anos mesmo sendo dirigida por um único partido nunca enfrentou a questão como do saneamento, da urbanização da periferia de Teresina, a questão da geração de renda. Vamos fazer o bom debate na área da educação continuando aquilo que está dando certo e melhorando os aspectos daquilo que pode ser melhorado. Então, cuidando da rede estrutural da rede de saúde, da rede de proteção aos mais pobres, cuidando da questão cultural que o deputado Fábio Novo conhece mais do que ninguém, não só tratando dos grandes eventos, mas das raízes da identidade cultural de nosso povo, promovendo a cultura da integração na busca e regaste das manifestações populares. Vamos trabalhar a questão do planejamento macro de Teresina a curto, médio e longo prazos. Portanto, iremos fazer o bom debate com qualquer um dos candidatos que vá para o segundo turno, espero eu que seja com o deputado Fábio Novo. Não se escolhe adversário e adversário a gente tem e fazer o enfrentamento com qualquer um que vier.

Por: Luiz Carlos Oliveira, do Jornal O Dia
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