No dia em que a greve dos professores de Teresina completa 203 dias, o Secretário de Educação do município, Nouga Cardoso, confirmou em entrevista ao jornal O Dia que o calendário escolar da capital estará prejudicado até 2024. De acordo com o gestor o ano letivo de 2022 só terminará em 2023, já o ano letivo de 2023 provavelmente só terminará em 2024.
A crise na educação de Teresina teve seu início no dia 07 de fevereiro, quando os professores da rede municipal deflagraram uma greve cobrando o pagamento do reajuste salarial linear de 33,23%, conforme Lei Federal, porém a Prefeitura concedeu apenas 16% de reajuste aos educadores.
FOTO: Assis Fernandes/ O DIA
A medida foi considerada inconstitucional pelo promotor Francisco de Jesus Lima, da 35° Promotoria de Teresina, que pediu o afastamento do Prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, e do secretário Nouga Cardoso, além da condenação ao ressarcimento de R$ 191 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Nesta segunda (29) uma audiência de conciliação ocorrerá na sede do Ministério Público, o órgão tenta dialogar com professores e Prefeitura para solucionar o impasse.
Nouga Cardoso confirmou a alteração no ano letivo e argumentou que o principal motivo seria a pandemia que afetou o ambiente escolar. “Sim, o calendário sofrerá alteração, mas eu reitero que o grande prejuízo na educação foi causado pela pandemia, dado que o número de professores que estão em greve, embora tragam prejuízo, não assume a dimensão que a pandemia nos causou. Está sendo sim reprogramado a questão do ano letivo que certamente o ano de 2022 entrará no ano de 2023 e com muita possibilidade de 2023 entrar em 2024, dado o grande prejuízo que a pandemia nos causou”, disse o gestor.
Em resposta ao Secretário, o coordenador geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, convocou a população para a mobilização que ocorrerá na sede do MP. “Esperamos que o secretário Nouga, que a todo momento fala mentiras na imprensa, pague o salário que a legislação prevê. A lei determina R$ 3.895 como vencimento básico, eles estão pagando R$ 3.348, isso está publicado no diário oficial. Não aceitaremos isso e estamos chamando toda a sociedade teresinense para essa Assembleia popular de defesa da educação que ocorrerá no Ministério Público. Não vamos aceitar as intimidações”, criticou
Contratação de Substitutos
Como uma das alternativas para tentar amenizar a
crise, o secretário Nouga Cardoso confirmou que a Semec contratará mais
professores substitutos. “Nós fomos avisados pelo Tribunal de Justiça, o Dr. João
Gabriel, da remarcação da audiência de conciliação. Estamos preparados para
ela, fazendo a gestão da administração da educação de Teresina com poucas
deficiências de professores. Hoje nós só temos registrados 287 professores que
não estão comparecendo a sala de aula, mas que a gente está fazendo um
replanejamento do calendário escolar, contratando professores substitutos para
que os alunos não tenham prejuízo na sua formação”, finalizou.