Único piauiense na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada no Senado após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e que deve investigar a atuação do Governo Federal na condução da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), Ciro Nogueira (Progressistas) sugere que o colegiado poderá apurar eventuais irregularidades no estado.
Em entrevista ao O DIA, o líder lembrou que a chamada CPI da Pandemia também mira governos estaduais e municipais. “Temos muitas respostas para dar à sociedade, principalmente fiscalizando aqueles governos que receberam um volume gigantesco de recursos federais e não investiram na saúde da população, como é o caso do Piauí”, disse.
Ciro Nogueira (Foto: Assis Fernandes/Arquivo/ODIA)
A declaração do senador é um claro recado ao governador Wellington Dias (PT), seu ex-aliado e atual desafeto político. Os dois polarizam o cenário, tanto a nível local quanto nacional. Isso porque ao passo em que se distanciou dos petistas, Nogueira estreitou o relacionamento do seu partido com o presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
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Apesar disso, o líder nacional do Progressistas rechaça qualquer uso político pela comissão. “Espero que o foco dela não seja o debate, disputa ou guerra política, pois temos que passar para a sociedade que estamos preocupados em imunizar e tratar a população, o que vai ficar claro se sairmos do jogo e da disputa política", avaliou.
Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a reunião de instalação da CPI deve acontecer após o feriado de quarta-feira (21). A tendência é que o grupo seja presidido pelo Omar Aziz (PSD-AM), tendo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) como vice e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ocupando a relatoria.