O Governo do Piauí encaminhou para a Assembleia Legislativa um
projeto de lei que aumenta de 18% para 21% a alíquota do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre combustíveis,
energia elétrica e comunicações. Em contrapartida o projeto prevê também uma
desoneração fiscal para a população de baixa renda no Piauí, reduzindo a
tributação sobre produtos da cesta básica, gás de cozinha e isentando o
pagamento de IPVA de motocicletas até 150 cilindradas em 2023.
A matéria iniciou a tramitação em regime de urgência na
manhã desta terça (06) e pretende reduzir o rombo bilionário ocasionado pela
unificação nacional do ICMS, como revela o Secretário de Fazenda Emílio Júnior.
“Com a aprovação das lei 192 e 194 reduzindo o ICMS, houve uma perda muito
grande para os estados. A gente estima
que teremos uma perda de R$ 1,2 bilhão em 2023. A alíquota média geral para tentar
equilibrar essas perdas seria 24,1%. o Governador decidiu que sairá de18% para
21%. Esse valor compensará um terço das perdas, trazendo um retorno da ordem de
R$ 659 milhões por ano”, revelou o gestor.

FOTO: Tarcio Cruz/ O DIA
Emílio ainda esclareceu os pontos de benefício a população
de baixa renda que a lei trará. “O nosso Governador eleito, juntamente com a
Governadora Regina Sousa, tiveram a preocupação de tentar minimizar algo para a
população de baixa renda. A cesta básica está saindo de uma alíquota de 18%
para 7%. Produtos como farinha, goma, feijão, que compõe a cesta básica terão
uma redução. A tributação do gás de cozinha sairá de 18% para 12%. Outro ponto
interessante é a isenção do IPVA de motos de até 150 cilindradas, pelo nosso
estudo isso atingirá mais de 500 mil motos”, disse o Secretário
O que muda com a lei
?
- ICMS do Combustível, Energia Elétrica e Comunicações:
*Sai de 18% para 21%
- ICMS sobre produtos da Cesta Básica
*Sai de 18% para 7%
- ICMS sobre Gás de Cozinha
*Sai de 18% para 12%
-IPVA isento para todas as motos de até 150 cilindradas
Oposição é contra o aumento do imposto
Se opondo aos últimos aumentos de impostos no Estado, a
oposição na Assembleia Legislativa deverá manter o entendimento. A informação
foi confirmada pelo deputado Marden Menezes (Progressistas).
O parlamentar apontou que a majoração da alíquota seria “inconstitucional”.
“Nós não apoiamos nenhum tipo de aumento no ICMS sobre os combustíveis e
energia por vários motivos. O primeiro é inconstitucional já que há uma PEC que
define combustíveis e energias como produtos essenciais com imposto limitado a
17%. Fora esse aspecto, entendemos que é uma tremenda incongruência, no momento
em que a população tenta reduzir os gastos, o Governo do Estado volta a
aumentar o ICMS ? É um péssimo presente de natal para a população, não vamos
apoiar qualquer proposta neste sentido”, criticou o deputado.
Base não teme clima adverso
Em meio a um cenário de insatisfação na base aliada, após os
anúncios do primeiro escalão da gestão de Rafael Fonteles, o deputado Fábio
Novo revelou que não teme perder votos de deputados que possam não apoiar o
projeto. Para ele a saída é a conversa. “A gente sempre trabalha com o diálogo
né, se existe a insatisfação ela precisa ser revelada, ser dita, para que as
lideranças partidárias possam levar esses pleitos ao governador Rafael”,
relatou o deputado.
Fundo do agro
Outro ponto polêmico do projeto de lei que tramitará no
parlamento municipal é a criação de um fundo de auxílio ao Agronegócio no
Piauí. A matéria prevê um imposto para custeio da infraestrutura do setor. “Está
sendo criado um fundo do agro, daquilo que vai para a exportação, nesse projeto
de lei está sendo previsto uma cobrança de até 1,65% do valor da operação ou o
regulamento poderá ser feito por tonelada, uma alíquota máxima após a aprovação
da lei. Esse recurso formará um fundo para ajudar em infraestrutura, a
logística que o setor agro cobra do Piauí”, finalizou Emílio Júnior.
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