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Grupo lança manifesto em apoio à democracia e contra ataques ao sistema eleitoral no Piauí

Durante evento os representantes divulgaram uma carta em defesa do sistema democrático.

29/07/2022 10:29

Um grupo formado por professores, profissionais liberais, cientistas políticos e sociólogos lançaram na manhã desta sexta (29) o movimento “Mais democracia” no Piauí. A ação propõe a discussão sobre o momento vivido no país e os ataques constantes às instituições e poderes legalmente constituídos. Durante evento os representantes divulgaram uma carta em defesa do sistema democrático.

Um dos organizadores do ato, o professor Washington Bonfim, explicou as bases do movimento e criticou a falta de engajamento dos formadores de opinião no País. “Tem demorado um pouco a cair a ficha da população brasileira, da gravidade da situação. Isso ficou mais claro na reunião que o Presidente da República fez com representantes do corpo diplomático internacional em que ele novamente lançou críticas contra o sistema eleitoral. Neste sentido é uma participação nossa neste movimento em defesa da democracia, a gente busca essa participação para nos colocarmos na fronteira desta discussão como outras instituições nacionais e outros colegas”, disse o educador.  

FOTO: Assis Fernandes/ O DIA

O ato é similar ao movimento de um grupo de empresários aderiu a uma carta articulada pela Faculdade de Direito da USP em tom duro em defesa da democracia brasileira e do sistema eleitoral. O texto atual, que já possui quase 300 mil signatários, não cita diretamente o presidente, mas afirma que o País passa por um momento de "perigo para a normalidade democrática".

Presente no evento, o deputado federal Merlong Solano ressaltou a importância da valorização do sistema democrático. “ É preciso que a sociedade se mobilize em favor da democracia e a academia em particular, levantando informações e análises do que está acontecendo. A gente se acostumou no passado a ver democracias morrerem através de ações violentas e de forças. Mas hoje a democracia morre pela fraqueza das suas próprias instituições, é o que a gente vê que está acontecendo. Precisamos mobilizar a sociedade em favor da democracia que é um valor básico. Fora da democracia a gente pode marchar para a barbárie”, finalizou.

FOTO: Assis Fernandes/ ODIA

Ciro Nogueira criticou o movimento

Na última terça (26) o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que banqueiros que participam da elaboração da carta em defesa da democracia, no âmbito nacional, estariam se manifestando contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por terem perdido "R$ 40 bilhões" por ano como suposto resultado do sucesso do Pix. Nogueira alegou ainda que as personalidades que assinam o documentos só podem se manifestar "porque estão livres da perseguição".

Segundo o ministro, tais manifestação só acontecem porque o governo federal apoio no Congresso o projeto de lei que deu autonomia ao Banco Central.

"Sabe porque os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo dos congelamentos de câmbio do passado? Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do Senhor (Bolsonaro) e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros", escreveu em publicação no Twitter.

Preocupação com o 7 de Setembro

Washington Bonfim demonstrou preocupação também com os atos do próximo dia 7 de Setembro. Apoiadores de Bolsonaro preparam grandes manifestações em todo o Brasil. “Estamos às vésperas de uma eleição e o que deveria ser uma festa cívica, é sempre um momento tenso por que você está em um momento de disputa de poder. Na nossa história recente, desde a eleição de 1989, nós nunca vivemos um momento tão delicado e que trás medo para a população. Medo de atentado, violência. O ambiente foi se polarizando de maneira tal que o ódio e a violência são uma das maiores preocupações. Pelo contrário, estimula discordância e ódio”, disse o professor. 

FOTO: Assis Fernandes/ ODIA

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