Home
O deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSL) estava matematicamente eleito presidente da República, por volta das 19h20. Com 92,08% das urnas apuradas, o capitão da reserva do Exército já apresentava uma vantagem superior a 10 milhões de votos sobre o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT). Eram 53.967.345 votos (55,63%) para Bolsonaro contra 43.047.628 votos (44,37%) para o petista - vantagem que se manteve até o final da apuração, já na madrugada desta segunda-feira.
Seguindo uma tendência das eleições passadas, o Piauí foi o estado onde o candidato petista obteve a maior vantagem em relação ao seu opositor, conquistando 77,05% dos votos válidos, contra 22,95% para Bolsonaro.
A vitória de Haddad se repetiu nos outros estados do Nordeste, além do Pará e Tocantins, no norte. Bolsonaro, por sua vez, venceu em 15 estados e no Distrito Federal - levou todas as unidades federativas do sul, do sudeste e do centro-oeste, e ainda venceu em cinco dos sete estados do norte.
Mesmo com o mal desempenho de Bolsonaro na região, o publicitário Fábio Sérvio, presidente do PSL no Piauí, afirma que o presidente eleito não fará distinção entre o Nordeste e o restante do país em seu governo. O candidato derrotado na disputa pelo Governo do Estado aproveitou para alfinetar o governador reeleito Wellington Dias (PT), afirmando que o petista não poderá responsabilizar o governo de Bolsonaro pelas dificuldades financeiras por que passa o Piauí, as quais, segundo Sérvio, são resultado da má gestão do PT.
"Jair Bolsonaro não vai prejudicar o Nordeste, nem o Piauí. Mas não deixaremos que Wellington Dias use a vitória da direita para justificar sua má administração. Se o 13o atrasar, a culpa é exclusivamente da gestão petista. Vamos fiscalizar toda a aplicação de recursos federais por parte do Estado e garantir que sejam atendidas as prioridades da população e não os desejos dos políticos. É um novo Brasil", afirmou Sérvio em entrevista a O DIA.
O presidente eleito Jair Messias Bolsonaro (Foto: Divulgação)
Bolsonaro fez dois discursos após ter sua vitória confirmada. O primeiro deles foi transmitido pelas redes sociais, ferramenta que ele soube aproveitar como nenhum outro adversário, no pleito deste ano.
Em seguida, o presidente eleito falou aos jornalistas que foram até sua residência.
Bolsonaro afirmou que seu governo vai respeitar a Constituição e a democracia. "Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa não de um partido. Não é a palavra vã de um homem. É um juramento a Deus".
O presidente eleito também fez questão de enfatizar, em seu discurso, que o resultado da eleição não representa a consagração de um partido. "O que ocorreu hoje nas urnas não foi a vitória de um partido, mas a celebração de um país pela liberdade. O compromisso que assumimos com os brasileiros foi de fazer um governo decente, comprometido exclusivamente com o país e com o nosso povo - e eu garanto que assim será".
Com esta afirmação, Bolsonaro fez uma crítica velada ao PT, agremiação que, desde sua origem, tem como uma de suas principais características o forte partidarismo, incomum a boa parte das siglas existentes no país.
Nos últimos anos, Bolsonaro tornou-se o principal antagonista do PT, o que, por sinal, foi decisivo para seu extraordinário desempenho nas urnas.
No discurso feito ao vivo para várias emissoras de TV, Bolsonaro também afirmou que seu governo vai "quebrar paradigmas", reduzindo a estrutura e a burocracia do Estado, cortando desperdícios e privilégios.
"Esse futuro de que falo e acredito passa por um governo que crie as condições para que todos cresçam. Isso significa que o governo federal dará um passo atrás - reduzindo a sua estrutura e a burocracia; cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente. Nosso governo vai quebrar paradigmas: vamos confiar nas pessoas. Vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para criar e construir e seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil", acrescentou.
Mais votado do PSL no Piauí, Elizeu Aguiar celebra vitória de Bolsonaro
O ex-deputado federal Elizeu Aguiar (PSL), que disputou uma vaga no Senado Federal e foi o candidato do PSL mais votado no estado, celebrou a vitória do seu colega de partido, com mais de 10 milhões de votos de vantagem.
O ex-deputado federal Elizeu Aguiar, candidato mais votado do PSL no Piauí, comemorou vitória do seu correligionário na disputa pelo Palácio do Planalto (Foto: Assessoria)
"A vitória de Bolsonaro representa a mudança no Brasil. A mudança de uma era. Uma era que teve a oportunidade de fazer e não fez por este país. Agora, nós vamos ter uma pessoa voltada para as necessidades básicas da população, que é saúde, educação, segurança e a geração de emprego. Não tenho dúvidas de que será o melhor para o país", comentou Elizeu.
Por: CÃcero Portela