Representantes dos estados e da União voltaram a se reunir
na manhã da última quinta(3) em busca de um acordo acerca do ICMS sobre
combustíveis e formas de compensação pelas perdas de arrecadação tributária. As
negociações avançaram com a apresentação de proposta formulada pelos estados.
Os estados consideram que houve excessos nas Leis
Complementares (LCs) 192/2022 e 194/2022 e defenderam a competência exclusiva
do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para definir alíquotas e
formas de tributação do ICMS sobre os combustíveis. A questão é objeto da Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7191 e da Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF) 984, de relatoria do ministro Gilmar Mendes.
Dentre as propostas apresentadas pelos estados está a
compensação imediata das perdas de arrecadação ocorridas a partir de julho de
2022 com as parcelas a vencer das dívidas estaduais com a União. Propõem também
que sejam compensadas as perdas pela redução tributária sobre gás natural,
energia elétrica, comunicações e transportes decorrentes da edição da LC
194/2022.

Foto: Carlos Moura/SCO/STF
Na reunião, os representantes dos estados também
manifestaram a necessidade de participação de representantes de governos
eleitos em âmbito federal e nos estados para discutir os impactos orçamentários
das negociações a partir do ano que vem.
O juiz Diego Veras, mediador das negociações, disse que a
ordem do ministro Gilmar Mendes é que haja segurança no acordo a ser firmado,
para evitar novas judicializações. A reunião prossegue à tarde, quando os
representantes dos estados vão apresentar os números referentes à compensação
das perdas tributárias sugeridas na minuta de acordo.
Prorrogação
O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão sobre o
ICMS dos combustíveis termina amanhã (4), mas foi formulado pela União pedido
de prorrogação. O ministro Gilmar Mendes solicitou manifestação dos estados em
48 horas, mas, hoje pela manhã, eles já manifestaram concordância com a prorrogação dos trabalhos diante do novo
cenário a partir de mudanças de gestão nas esferas federal, estadual e
distrital, a partir de 2023.
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