O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de
Medeiros, pediu na manhã desta sexta, 2, ao Supremo Tribunal Federal, a
abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta
prevaricação no caso da negociação da vacina indiana Covaxin. A
manifestação se dá após a ministra Rosa Weber negar o pedido da Procuradoria
para segurar o andamento de notícia-crime relacionada ao caso até o fim dos
trabalhos da CPI da Covid.

Presidente Jair
Bolsonaro. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
No documento, a PGR já indicou algumas diligências a serem
realizadas no âmbito da investigação, entre elas a solicitação de informações à
Controladoria-Geral da União, ao Tribunal de Contas da União, à Procuradoria da
República no Distrito Federal, e à CPI da Covid sobre procedimentos relativos
aos mesmos fatos, com o respectivo compartilhamento de provas. A Procuradoria
sugeriu prazo inicial de 90 dias para cumprimento das medidas.
A notícia-crime em questão foi protocolada no Supremo pelos
senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge
Kajuru (Podemos-GO), na última segunda-feira. Os parlamentes argumentam que o
chefe do Planalto cometeu crime de prevaricação ao não determinar a abertura de
investigação sobre a compra da Covaxin, vacina indiana contra a covid-19, após
receber uma denúncia de supostas ilegalidades nessa aquisição por parte do
deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Roberto Miranda,
servidor de carreira no Ministério da Saúde.
Como mostrou o Estadão, o contrato de compra do
imunizante foi fechado a um valor 1000% maior do que o informado pela própria
fabricante seis meses antes.
Fonte: Estadão Conteúdo
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