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Projeto que proíbe debate de gênero nas escolas será votado amanhã

Proposta havia sido aprovada no dia 22 de março, mas após uma série de polêmicas retornou para apreciação das comissões

04/05/2016 14:54

Os vereadores de Teresina devem votar amanhã (05) o projeto que veda o debate sobre gênero nas escolas municipais. Essa é a segunda vez que a proposta vai ao plenário da Câmara. Ela já havia sido aprovada no dia 22 de março em primeira e segunda votação, mas após uma série de polêmicas retornou para apreciação da comissão de Legislação, Justiça e Redação Final e da comissão de Educação e Cultura.

O presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Lobão (PMDB), adiantou que não houve mudança no texto original. “O projeto antigo estava com um vício formal, pois foi aprovado sem a assinatura dos relatores das comissões”, justificou o vereador. Ele acrescenta, ainda, que o ato de aprovação do projeto foi nulo porque a tramitação não estava de acordo com o regimento interno. “Essas questões foram sanadas e a proposta está para entrar na pauta de amanhã”, disse Lobão.


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O PL nº 20/2016 é de autoria da vereadora Cida Santiago (PHS) e tem como signatários os vereadores Ananias Carvalho (PDT), Antônio Aguiar (PROS), Celene Fernandes (SDD), Joninha (PSDB), Pastor Levino (PRB), Ricardo Brandeira (PSL), Teresa Britto (PV) e Tiago Vasconcelos (PRB). No dia da votação, apenas Rosário Bezerra (PT) foi contra, mas a vereadora Graça Amorim (PMB) também se posicionou desfavorável, embora não estivesse na sessão para dar seu voto.

Segundo a proposta, fica proibida a “distribuição, exposição e divulgação de material didático contendo manifestações da ideologia de gênero nos estabelecimentos de ensino da rede pública municipal de Teresina”. Caso algum livro já esteja sendo utilizado, a prefeitura deverá fazer o recolhimento dos exemplares.

O vereador Luiz Lobão afirmou que não há como antecipar o resultado da votação, mas alegou que as pessoas podem mudar de opinião. “É um projeto que ficou muito em evidência. É imprevisível”, disse o presidente da Câmara.

Grupos de pesquisa e de defesa dos direitos LGBT têm se manifestado contra o projeto. Por outro lado, grupos religiosos defendem a sua aprovação. Hoje, o líder do prefeito da Câmara, o vereador José Ferreira (PSDB) leu na tribuna um documento enviado pelo Ministério Público Estadual recomendando que os vereadores não aprovem a proposta.

Caso seja aprovado, o projeto segue para sanção ou veto do prefeito Firmino Filho.

Por: Nayara Felizardo
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