O interesse do Governo Federal em aumentar a arrecadação da
Previdência no Brasil, pode retirar a isenção fiscal das instituições
filantrópicas no país. A proposta está na Reforma da Previdência e se aprovada,
instituições como Hospital São Marcos, Associação Reabilitar (Ceir), o Lar de
Maria e o Hospital São Carlos Borromeu, que hoje recebem isenção fiscal, podem
diminuir a capacidade de atendimento público à população.
De acordo com Jorge Ivan Teles, presidente da Federação das
Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Estado do Piauí (FEMIPI), se o
benefício for retirado essas instituições terão que reduzir drasticamente os
atendimentos. "Estamos preocupados porque as entidades da saúde funcionam
da seguinte maneira: no mínimo 60% dos atendimentos são pelo SUS ou 20% do
faturamento é revertido em atendimentos gratuitos para a população. Caso o
texto seja aprovado na Reforma da Previdência, as entidades não poderão prestar
assistência da forma como é feito hoje. A medida superlotará os hospitais
públicos que já trabalham acima do limite", avalia.
As instituições filantrópicas têm buscado diálogo com o
Congresso Nacional na tentativa de alertar sobre as consequências da aprovação
da proposta. No entendimento das entidades, a isenção fiscal é uma
contrapartida oferecida pelo próprio governo como uma forma de ampliar a
capacidade de atendimentos das instituições e alcançar segmentos sociais em
vulnerabilidade por conta de doenças.
A Reforma da Previdência está em discussão na Câmara dos
Deputados. O interesse do governo é reduzir o déficit da Previdência, que vem
consumindo recursos do tesouro da União, no entanto, algumas medidas propostas
pelo governo são impopulares e causam protestos.
Por: João Magalhães - Jornal O Dia
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