A Governadora Regina Sousa fez um balanço de sua gestão em entrevista
coletiva na manhã desta quarta (28), no palácio de Karnak. A gestora deixa o comando
do Piauí no próximo sábado e assumirá a Secretaria de Assistência Social no
novo governo de Rafael Fonteles. Regina foi a primeira mulher a comandar o
executivo estadual por um período contínuo e encerra o mandato em meio a uma
polêmica para a indicação do novo conselheiro do TCE.
Durante sua gestão a Governadora enfrentou crises como a dos combustíveis e polêmicas com professores da rede estadual que entraram em greve. Regina revelou até mesmo que deixou as redes sociais por receber ataques com preconceitos de gênero e racistas.
Ao analisar o seu governo, que se iniciou no dia 31 de março deste ano, Regina Sousa destacou os progresso. “Tivemos muitos avanços em diversas áreas, projetos que começamos ainda na vice-governadoria e que nos levaram a avanços no saneamento básico, na regularização fundiária, na assistência social, meio ambiente, na assistência social e na saúde por exemplo. Muita gente pode não compreender o legado que eu estou deixando, mas o que está sendo feito é mudar a vida das pessoas, essa é a minha obsessão”, afirmou.
FOTO: Assis Fernandes/ O DIA
A gestora lembrou também dos problemas enfrentados no relacionamento com o Governo Federal . “Foi um ano difícil que enfrentamos com a conjuntura federal, mas conseguimos concluir muitas obras. Acho que fizemos muito pelo período, foi a eleição mais pesada que já vi na minha vida, mais difícil, mais tensa, o governo não fica livre disso. É difícil separar, tivemos muitos impedimentos pela lei eleitoral. Considero que a gente teria feito mais se não fosse o período da eleição. Estou satisfeita com o que a gente fez”, destacou a Governadora.
Frustração no combate ao feminicídio
Se em diversas áreas a gestora apontou avanços, em uma específica Regina Sousa lamentou a falta de progresso, no combate a violência contra as mulheres. Apontado como um dos seus pilares na administração, o empoderamento feminino foi prejudicado por questões “culturais e um machismo estrutural na sociedade”, segundo ela.
Mesmo revelando que a sua posição como Governadora inspira outras meninas e mulheres a buscarem espaços de poder, Regina lamentou o quadro de agressões a mulheres. “Esse é um combate difícil, embora a gente tenha muitos equipamentos de denúncia. Esse é o maior desafio de nós mulheres não só no Piauí como no mundo. A gente não tem como colocar um policial ao lado de cada casal. Acho que realmente nós não avançamos, temos equipamentos públicos, mas as pessoas não usam. A prevenção é o melhor remédio, mas reconheço que não avançamos com um resultado satisfatório nesta área”, disse.
Rejane no TCE
Ponto mais polêmico da coletiva, a Governadora valorizou o nome de Rejane Dias, principal postulante a cadeira de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado. “Ainda não tem a vacância, a única coisa que tem é um ofício dele dizendo que está pedindo aposentadoria. Tem um processo que tem que acontecer dentro do TCE. A Rejane é merecedora, não sabia que ia acontecer no meu governo, vamos aguardar. Vai seguir o tramite, não sei se sou eu ou o Rafael que irá fazer, tem que se respeitar os tramites legais para depois não ter risco”, finalizou.