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'Temer está sendo injustiçado', diz candidato do MDB ao Senado

Marcelo Barbieri, que já foi deputado federal e prefeito de Araraquara, não era a primeira escolha do partido para a chapa. Ele assumiu a candidatura apenas quando Marta Suplicy desistiu da vaga.

02/10/2018 17:50

Lançado pelo MDB para concorrer ao Senado por São Paulo, Marcelo Barbieri vai na contramão de outros candidatos de seu partido que preferiram esconder a imagem do presidente Michel Temer, receosos de se contaminar pela impopularidade.


Marcelo Barbieri (MDB), no centro, é candidato ao Senado por São Paulo (Foto: Divulgação)


"Temer está sofrendo injustiça e sendo massacrado. Ele assumiu um papel que alguém tinha que assumir. Ela [Dilma Rousseff] foi impichada pela Câmara e ele era o vice-presidente. O Brasil estava em recessão. Ele estabilizou a economia", diz o candidato, avaliando que o presidente trouxe uma série de benefícios aos municípios.

Barbieri, que já foi deputado federal e prefeito de Araraquara, não era a primeira escolha do partido para a chapa. Ele assumiu a candidatura apenas quando Marta Suplicy desistiu da vaga, mas acredita que ainda tem tempo para alavancar sua candidatura.

"De todos os candidatos a senador, sou o único que foi prefeito e estou fazendo muitas reuniões com perfeitos, que são um grande cabo eleitoral. A vaga não está decidida. A maior parte da população ainda não escolheu em quem vai votar para o Senado", disse.

Pergunta - O sr. chegou tarde à corrida, só depois que Marta Suplicy desistiu da vaga. Receia que isso o torne menos viável?

Barbieri - De todos os candidatos a Senador, sou o único que foi prefeito. Fui vice-presidente eleito da Associação Paulista de Municípios. Estou fazendo reuniões com perfeitos, que são um grande cabo eleitoral.

A vaga não está decidida. A maior parte da população ainda não escolheu em quem vai votar para o Senado. Estou andando no interior, estive em Marília, Rio Preto, litoral norte, São Carlos, Araraquara.

Em uma semana eu rodei mais do que todos esses candidatos [que estão liderando as pesquisas] juntos. Eles estão acomodados e acham que já ganharam a eleição. Em 2010, o Aloísio Nunes estava atrás e ganhou em primeiro.

Um dos papéis mais relevantes de sua candidatura não seria o de fazer a ponte com o agronegócio para a candidatura de Paulo Skaf ao governo?

Barbieri - Ele está próximo do agronegócio. O Fábio Meirelles, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária, e o filho dele, Tirso Meirelles [indicado por Paulo Skaf para a presidência do conselho do Sebrae] são pessoas que representam o agronegócio.

É óbvio que Skaf tem todo o interesse nessa aproximação e eu também. Eu sou do interior. Isso mostra uma grande aproximação que a nossa chapa tem com o agronegócio.

As candidaturas do seu partido têm sido muito questionadas porque a imagem de Temer está escondida nas campanhas. O que acha?

Barbieri - Temer está sofrendo injustiça e sendo massacrado. Ele assumiu um papel que alguém tinha que assumir. Ela [Dilma Rousseff] foi impichada pela Câmara e ele era o vice-presidente. O Brasil estava em profunda recessão e ele estabilizou a economia, segurou a inflação.

Nunca escondi que sou do partido há 42 anos. Atuei com Michel, sempre fui próximo. Vai terminar o governo e a história fará justiça a ele.

O movimento municipalista reconhece o que Michel fez.No fim de 2016, ele enviou o recurso da multa cobrada no programa de repatriação, que a Fazenda estava resistindo em repassar. Ele garantiu a possibilidade de usar as UPAs para outros tipos de unidades de saúde. Fez um trabalho para garantir que todos os restos a pagar que tinham ficado pendentes até o final do governo dele pudessem ser encaminhados.

Como a sua experiência na prefeitura influencia a defesa que o sr. faz de reforma tributária?

Barbieri - Fui prefeito por oito anos e vivi aquele conflito de atender na saúde muito acima daquilo que a Constituição prevê. Ela prevê que cada município tem que gastar 15% do orçamento em saúde. Eu cheguei a gastar 36%. Construi UPAs, fiz maternidade e unidade de saúde. E mesmo assim não vence porque, quando melhora, aumenta a demanda de pessoas que vêm de outras cidades para serem atendidas.

A conclusão a que eu cheguei é que tem que fazer a reforma tributária. Hoje, de todo o SUS que é atendido 30% passa pelos municípios. E os municípios estão recebendo entre 15% e 16% da verba do SUS. Isso é um absurdo.

Sendo eleito essa é uma tarefa que eu tenho que cumprir, de levantar a bandeira da reforma tributária na saúde para que haja uma reequação da distribuição dos recursos do SUS para atender os municípios.

Fonte: Folhapress
Por: Joana Cunha
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