O resultado do primeiro turno da disputa entre Dr. Pessoa (MDB) e Kleber Montezuma (PSDB) poderia ter sido diferente se os jovens de 17 e 18 anos tivessem participado das eleições 2020. Essa constatação é do Doutor em Educação Histórica e autor do livro "Guia Prático sobre Democracia para Jovens", Daniel Medeiros, com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Em 2020, apenas 5% dos jovens entre 16 e 17 anos fizeram o título de eleitor, o que representa a menor participação dessa faixa etária registrada nos últimos 30 anos. Segundo o professor, um grande número de abstenções nas urnas favorece quem tem mais votos. Quem escolhe não votar ou opta por votar branco ou nulo está, no fundo, dando vantagem para o candidato que estiver à frente na corrida eleitoral. Então, explica o professor, uma participação mais significativa dos jovens que ainda não são obrigados a votar “poderia ter, pelo menos, diminuído ou aumentado a diferença entre os candidatos que foram para o segundo turno . O voto dessa faixa etária teria um impacto importante, sem dúvida”, afirma Daniel Medeiros.
Medeiros, que atua como professor há 36 anos, afirma que para educar cidadãos interessados no jogo democrático é preciso fazer com que eles entendam desde cedo como esse jogo funciona. “Não foi o jovem que perdeu o interesse na política, mas a política que perdeu o interesse no jovem”, destaca.
Para que os mais novos participem mais da vida política do país é necessário permitir que eles exercitem atividades como a proposição de ideias, o debate e a construção de consenso para formar maiorias, por exemplo.
“A política exige conhecimento e prática e não é, portanto, um processo natural. Eu sempre relaciono isso a assistir ou jogar, por exemplo, o baseball. Imagine assistir a uma partida ou, pior, jogar baseball, sem conhecer as regras do jogo... seria impossível”, compara o especialista. Para ele, a escola precisa dar protagonismo ao jovem como um agente atuante nas decisões tomadas na comunidade escolar.
Edição: Da Redação