Doze dias depois do decreto de calamidade no transporte público
de Teresina, vereadores reagiram à falta de ações concretas da Prefeitura da
capital. Com a promessa de um plano B e de trazer empresas de outros estados
para atuarem em Teresina, o prefeito Dr. Pessoa não anunciou nenhuma medida
sequer duas semanas depois. Na Câmara vereadores denunciaram um estado de “calamidade
administrativa” na gestão da cidade. O Tribunal de Contas deu um prazo de cinco
dias para que a gestão municipal justificasse os fatores que levaram ao estado
de calamidade pública no transporte, porém a administração da capital não se
manifestou até a publicação da matéria.
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a inércia da gestão municipal. Motoristas e cobradores deflagraram uma greve
geral do transporte há quase duas semanas, o impasse, porém parece longe de uma
resolutividade. O Setut entrou com uma ação judicial de medida cautelar contra o decreto de calamidade pública. Para o vereador Edson Melo (PSDB) a calamidade é o prefeito
e para a situação não caberia um decreto de calamidade.
“A normalidade não voltou, estamos aqui a cobrar, há três semanas aprovei um requerimento solicitando informações sobre o acordo celebrado entre prefeitura e empresários, não tivemos nenhuma resposta. Eu acho que esse decreto foi uma forma até de, não sei como, fazer contrato sem licitação. Acho que a calamidade que estamos vivendo atualmente é mais administrativa que calamidade pública. Calamidade pública eu conheci nas enchentes dos rios Parnaíba e Poti nas décadas de 80 e 90. Nunca vi na minha vida, há mais de 40 anos na política de Teresina, calamidade pública em Transporte coletivo. Já vi em enchentes no mais não vi. Pode ter uma calamidade administrativa”, criticou o vereador.
FOTO: Assis Fernandes/ODIA
A culpa não é da Prefeitura
O líder de governo na Câmara Municipal de Teresina, o vereador Renato Berger (PSD), defendeu o decreto de calamidade e afirmou que a culpa da grave crise enfrentada na cidade não seria do Prefeito e sim dos empresários.
“O decreto de calamidade pública é colocado quando o município se sente em um problema de calamidade. O transporte público da cidade de Teresina hoje é uma calamidade, se o Dr. Pessoa não fizesse isso ele estaria sendo omisso. Ele tem buscado todos os meios e maneiras de resolver esse problema. Ele tem uma posição que foi colocada sobre a bilhetagem eletrônica que já foi colocada e está com a prefeitura. Foram definidos os repasses que seriam feitos, tem a responsabilidade de quem hoje faz com que os trabalhos não esteja andando. O problema dos trabalhadores é um problema do empresário, não é da Prefeitura. Muito pelo contrário a Prefeitura está cumprindo com o seu papel”, concluiu o parlamentar.