O Ministro Wellington Dias confirmou na manhã desta sexta
(03) que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome fará uma investigação para
apurar possíveis desvios de recursos no programa de Cisternas do Governo
Federal. Nos últimos seis anos, de
acordo com o Ministro, o programa sofreu uma drástica redução de sua capacidade
tendo a pior execução da história, com apenas três mil cisternas entregues.
Segundo o levantamento da pasta, em 2014, por exemplo,
foram mais de 149 mil unidades instaladas, reforçando as suspeitas de desvios
de recursos. Segundo a Secretária Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (Sesan) existe um passivo de instrumentos (convênios,
termos de parceria e termos de colaboração) sem prestação de contas. No total
são 45 instrumentos, ao custo de R$ 1,4 bilhão, sendo 30 considerados
prioritários em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O ministro Wellington Dias determinou uma revisão dos
contratos e a investigação sobre denúncias do mau uso do dinheiro público.
“Estamos fazendo a revisão de todos os contratos, mas já foi detectado,
encaminhado e está em fase de investigação indícios de desvios e
superfaturamento nesta área de cisternas, lamentavelmente envolvendo algumas
entidades”, apontou.

FOTO: Jailson Soares/ O DIA
O levantamento realizado pela área técnica do MDS mostra que
além da desestruturação do programa, com grande redução do orçamento disponível
para a construção de cisternas, a contratação das entidades executoras adotou
critérios mais amplos e menos transparentes.
“São organizações não governamentais com atos envolvendo
inclusive o Ministério Público e o Judiciário. O Ministério repassou o recurso
e os indícios apontam que a obra, a implantação e a entrega das cisternas não
foi realizada”, prosseguiu Wellington Dias.
Falta de Fiscalização
Outros problemas encontrados pelo Ministério foram a falta
de fiscalização dos contratos, de acompanhamento da execução das obras nas
localidades que seriam beneficiadas, tecnologias com preços defasados e a
interrupção de ações de água para a produção. Ainda houve a diminuição das
equipes, que mesmo com a redução do programa são em número insuficiente, e a
precarização das condições de trabalho.
“Temos a liberação de parcelas sem ter as medições com base
nas obras. Estamos investigando se o dinheiro foi liberado sem a entrega da
obra da cisterna, ou se a obra ficou incompleta, ou se não atendeu aquilo que
estava previsto no contrato. Há um responsável e é isso que a investigação vai
nos dizer”, afirmou o ministro.
Segundo o órgão o novo marco de licitações e contratos, de
2021, não admite a utilização do modelo de contratação das entidades da
sociedade civil que permitiu a rápida expansão do programa durante o governo da
presidente Dilma.
Fonte: Com informações Ascom MDS
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