Matéria veiculada neste domingo (07) em portais nacionais como Estadão e o Globo dão conta de que o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Fórum Nacional de Governadores, propôs um pacto entre os demais gestores estaduais em todo o país para conter o avanço do coronavírus a nível de Brasil. Um dos pontos que deve ser discutido é a adoção de medidas mais restritivas para a circulação de pessoas e um possível lockdown nos 23 estados e no Distrito Federal.
Até o momento, apenas cinco estados já se manifestaram a favor do pacto: Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso do Sul e Tocantins. A consulta aos governadores continua acontecendo.
O governador Wellington Dias é presidente do Fórum Nacional de Governadores - Foto: Assis Fernandes/O Dia
A decisão de fazer um pacto nacional vem após uma série de impasses envolvendo governadores e o Governo Federal a respeito da aplicação de medidas mais restritivas em todo o país. Na semana passada, os gestores estaduais chegaram a divulgar uma carta pedindo ao presidente Jair Bolsonaro que adote medidas mais severas para contenção da covid-19 a nível nacional e que dê celeridade à aquisição de novas doses de vacinas.
“Neste momento, há novas, reais e importantes justificativas para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes. A principal delas é a chegada e a rápida disseminação da nova variante P1, já em estágio de transmissão comunitária e que tem se revelado mais letal”, disseram os governadores no documento enviado do Planalto.
Em compromissos oficiais, Bolsonaro chegou a afirmar a apoiadores que não tem vacina para vender no mundo e pediu ao brasileiro que “pare de frescura e de mimimi”. O Brasil já passa das 260 mil mortes por covid-19 e tem registrado na última semana recordes diários de perdas de vidas com até 1.900 pessoas perdendo a luta contra a doença no intervalo de 24 horas.
Governador cobra de ministro a entrega de doses da vacina
Nesta segunda-feira (08), o governador Wellington Dias, na condição de presidente do Cons´rcio Nordeste, se reúne com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e com representantes da Fiocruz no Rio de Janeiro para cobrar uma posição da instituição sobre o atraso no cronograma de entrega das doses da vacina Oxrford/AstraZeneca.
A previsão era de que ainda em março, a Fundação Oswaldo Cruz entregasse 16,9 milhões de doses da vacina, mas apresentou ao Ministério da Saúde no último sábado (06) um novo cronograma em que reduziu para 3,8 milhões a quantidade de doses a serem repassadas.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
“Na agenda com o ministro Pazuello, com o Fórum dos Governadores do Brasil, no último dia 17 de fevereiro, recebemos um cronograma e, por esse, a Fiocruz estaria entregando para o Ministério da Saúde 16,9 milhões de vacinas: 4 milhões da Serum e 12,9 da Fiocruz. Tivemos alterações, 2 milhões a menos da Serum e agora 3,8 milhões da Fiocruz. Também estamos em um compasso no que é possível de entrega de 2,9 milhões da AstraZeneca, por parte do consórcio da OMS”, relatou Wellington.
Com essa redução nas entregas de doses, o cronograma de vacinação do grupo de risco irá atrasar. “Essa agenda com a Fiocruz e com o ministro Pazuello é muito importante, porque precisamos vacinar todo esse grupo de maior risco para tirar toda essa pressão por vaga em hospitais e de forma a reduzir também os óbitos no Brasil. É uma meta importante e queremos atingi-la”, afirmou o governador.