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Alagamento: 15 famílias devem ser retiradas de áreas de risco no bairro Poti Velho

Para evitar maiores transtornos, a Barragem de Boa Esperança teve sua vazão aumentada.

09/04/2024 às 15h24

As fortes chuvas que caíram no Piauí nas últimas horas acenderam um alerta de preocupação das autoridades locais, quanto à integridade das famílias que moram nas áreas mais próximas do rio Parnaíba. Além disso, foi emitido um alerta de que a Barragem de Boa Esperança, em Guadalupe, teve sua vazão aumentada para evitar algum tipo de colapso.

Segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf ), o novo patamar será de 800 metros cúbicos por segundo (m³/s), devendo permanecer inalterado, até nova reavaliação. Diante disso, a Defesa Civil de Teresina está conscientizando as famílias que moram nas regiões ribeirinhas quanto ao risco de continuarem em suas residências devido ao perigo iminente para alagamentos na cidade. Pelo menos 15 famílias que moram no bairro Poti Velho, na zona Norte, deverão ter que deixar suas casas.

Alagamento: 15 famílias devem ser retiradas de áreas de risco no bairro Poti Velho - (Arquivo / O DIA) Arquivo / O DIA
Alagamento: 15 famílias devem ser retiradas de áreas de risco no bairro Poti Velho

“A Defesa Civil vem fazendo esse monitoramento há um bom tempo. Esse trabalho vai sendo monitorado, sendo mais intensificado nesse período de chuvas. O Comitê Emergencial foi montado para isso”, disse o gerente de operações da Defesa Civil da capital, Marcos Rolf, explicando a criação de um comitê especial para prevenir os desastres naturais que provocam inundações em Teresina.

O gerente de operações argumentou ainda que o nível do rio Parnaíba já subiu em torno de um metro e deverá subir mais nas próximas horas.

“Esse tempo é um período crítico para gente, por conta de muitas chuvas e ventos e nisso estamos monitorando de sábado para cá porque a Chesf colocou que está liberando 800 metros cúbicos por segundo a Barragem de Esperança. Há uma preocupação que realmente aconteceu. De ontem para hoje subiu um metro e vai subir mais” 

Marcos RolfDefesa Civil de Teresina

Ele argumenta que as famílias mais próximas do dique do Poti Velho deverão ter que deixar suas casas pelo fato de estarem mais suscetíveis a inundações.

“As assistentes sociais já estavam aqui no local, fizeram o cadastro e vamos encaminhá-los para a família solidária. Só aqui são 15 famílias que moram próximas ao dique e na beira do rio são outras 20 famílias, onde fizemos esse monitoramento orientando. As famílias que residem próximas ao dique serão as primeiras que deverão deixar o local, por estarem bem mais perto da margem do rio”, ressalta Marcos Rolf.

Para quem mora próximo à área do rio Parnaíba a situação é difícil. Móveis e outros pertences são deixados nas casas de amigos ou parentes, como conta a moradora Roberta Barbosa: “Às vezes a gente coloca na casa dos nossos familiares ou parentes [os móveis]. Tem vez que eles não gostam e mandam a gente trazer tudo de volta, e por isso a gente traz e ficamos aqui até quando o rio baixa novamente”, observa.

A moradora afirma também que, devido às últimas chuvas, outros moradores temem que suas casas sejam invadidas com a elevação do rio Parnaíba. “Alguns conseguem dormir à noite e outros não, pois ficam temerosos de acordarem com a água dentro de água. Quando a gente ver a água chegando mais próxima de casa, a gente liga para virem nos pegar para levar a gente para alguma escola”, explica.

Dique no bairro Poti Velho - (Arquivo / O DIA) Arquivo / O DIA
Dique no bairro Poti Velho

Roberta Barbosa argumenta ainda que o valor subsidiado pela Prefeitura de Teresina como paliativo diante dessa situação não é suficiente. “Aqui, todo ano acontece essa enchente. Por conta disso, a prefeitura diz que vai dar o dinheiro do aluguel de R$ 300, só que esse valor não dá para alugar uma casa para nós morarmos, porque é muito pouco. Eles dizem que vão dar as casas, mas isso não acontece”, finaliza.

Valor a ser pago às famílias

Por meio de nota, Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), explicou que o valor financeiro concedido as famílias que moram em áreas de risco é definido por pela Lei Orgânica de Assistência Social, e por isso o reajuste do valor deverá ser feito por meio de projeto de lei aprovado na Câmara de Teresina.

LEIA A NOTA DA ÍNTEGRA:

A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) esclarece que o valor de R$300, oferecidos no Programa Cidade Solidária a família que acolhe, é definido pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), art. 22, da Lei n. 8742, de 07 de dezembro de 1993, com alterações no art. 8º da Lei Nº 4.916/2016 no ano de 2019. 

O Programa Cidade Solidária faz parte dos Benefícios Eventuais, que integra a política de Assistência Social, de caráter suplementar e provisório, prestado aos cidadãos, inclusive, em situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública. 

Assim, a Semcaspi reforça que qualquer nova alteração no programa, inclusive de valores, deve ser feita por meio de projeto de lei aprovado na Câmara Municipal de Teresina e sancionada pela Prefeitura Municipal de Teresina. 

Para mais informações sobre o Programa Cidade Solidária, a população pode entrar em contato por meio do número (86) 3215-7593, referente a Gerência de Proteção Social Básica (GPSB) da Semcaspi.