O vice-governador Themístocles Filho tem uma visão privilegiada do cenário político em Teresina. Em 2016, Firmino Filho precisou de seu apoio para ser reeleito com tranquilidade e a contragosto, aceitou a indicação Luís Júnior (MDB) para vice, pois sabia da importância em ter Themístocles e o MDB ao seu lado. Em 2020, o então presidente da Alepi “bancou” a articulação e o financiamento partidário que levou Dr. Pessoa ao Palácio da Cidade.
Atualmente, Themístocles não tem mais o Palácio Petrônio Portela sob controle, mas senta numa cadeira importante. Adepto das pesquisas, ele segue com a mesma perspicácia ao avaliar o desejo do eleitorado teresinense. E por estratégia, já decidiu que não vai aderir facilmente a pré-campanha de Fábio Novo. Em Teresina, ele tem o controle do diretório do MDB.
Logo no início do ano, o deputado federal Marcos Aurélio, filho de Themístocles, decidiu se lançar pré-candidato. Sem conseguir emplacar, viu o pai apostar no cardiologista Paulo Márcio como nome do MDB. Neste período, emedebistas como João Mádison e Ana Paula já entraram na pré-campanha de Fábio Novo. Até Marcelo Castro já deixou claro que não acredita em projeto viável de candidatura própria.
No entanto, a adesão de Marcos Aurélio a Paulo Márcio reforça a tese de que Themístocles não vai aderir facilmente a Fábio Novo. E mais: enquanto Themístocles apostar na candidatura de Paulo Márcio, Novo fica sem ter condições de buscar uma aproximação e lutar publicamente pelo apoio.
Em tempo, diga-se de passagem, Fábio Novo foi o único parlamentar a fazer uma oposição ao comando de Themístocles na Alepi. Com direito a textão e tudo. Em 2016, quando Themístocles assumia o sétimo mandato como presidente da Alepi, Fábio Novo o acusava de governar a Assembleia como quintal de sua casa.