A Fundação Municipal de Saúde (FMS), por meio da Diretoria de Vigilância, informou nesta sexta-feira (9) que detectou a ocorrência de um caso de encefalite por vírus Oropouche. O paciente em questão, que não teve a identidade revelada, se trata de um idoso oriundo da cidade de Hugo Napoleão, distante a 118 km de Teresina.
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De acordo com a pasta municipal, o homem deu entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) em maio deste ano, com quadro de febre alta, dor de cabeça, desorientação, tremores e movimentos involuntários.
“Mediante a suspeição de encefalite viral, o paciente foi transferido para o Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella (IDTNP), onde foram realizadas as coletas de amostras biológicas para investigação viral. Amostras de sangue, líquido cefalorraquidiano, urina e swab nasal foram encaminhadas pelo IDTNP ao Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga que, após análises preliminares, encaminhou-as ao Instituto Evandro Chagas – laboratório de referência nacional do Ministério da Saúde para investigação de arboviroses”, diz trecho da nota encaminhada pela FMS.
Após a realização dos exames para investigar a suspeita de encefalite viral no paciente, a FMS transferiu o homem para o Hospital Universitário da UFPI para seguimento do comprometimento neurológico observado, de onde recebeu alta com melhora parcial.
Ainda segundo a FMS, o exame confirmatório detectou a presença de anticorpos da classe IgM contra o vírus Oropouche no sangue e no líquido cefalorraquidiano do paciente, por meio do teste ELISA. Além disso, a Saúde de Teresina destacou ainda que, como anticorpos da classe IgM não atravessam a barreira entre o sangue e o tecido nervoso, o exame demonstrou que o vírus invadiu o encéfalo e as meninges do indivíduo e lá promoveu a síntese desses anticorpos.
Registro de Febre Oropouche em Teresina
De 2021, anticorpos IgM ou o genoma do vírus Oropouche haviam sido detectados no sangue de outros 12 casos de síndromes neurológicas assistidos em Teresina, nas formas de encefalite, mielite, neurite óptica e síndrome de Guillain-Barré.
Apesar disso, a detecção de anticorpos ou do genoma apenas em sangue não consiste em evidência confirmatória e inquestionável de que foi especificamente o vírus Oropouche que comprometeu o sistema nervoso dos pacientes, ao contrário do que ocorre, agora, com o caso em questão. É necessário também haver a detecção no líquido cefalorraquidiano.
A detecção relatada, segundo a FMS, fortalece a necessidade de medidas de proteção contra o contato e com a proliferação dos mosquitos, com ênfase, inclusive, nas gestantes.
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