O empresário Matheus Vitor, filho de um delegado, foi preso pela Policia Civil do Piauí na manhã desta sexta-feira (12). Ele é acusado de ter agredido a namorada, a estudante de Direito Victoria Soares, em um condomínio da capital. O caso ficou conhecido após a vítima divulgar nas redes sociais imagens da agressão ocorrida dentro do próprio apartamento, além das mensagens enviadas pelo acusado.
A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI). De acordo com o Delegado Tales Gomes, gerente de Polícia Especializada, a arma de Matheus foi apreendida durante a ação policial. O empresário era atirador esportivo e possuía a CAC, que é um certificado de registro para pessoa física que realiza atividades de colecionamento de armas de fogo, ou uso em tiro esportivo e caça.
A ação foi desenvolvida pela Gerência de Polícia Especializada, que localizou Matheus e deu cumprimento à ordem judicial.
O caso
De acordo com o que foi relatado pela própria vítima, as agressões teriam começado durante a madrugada desta quarta-feira (10) dentro do apartamento em que ela mora em Teresina, após terem chegado de um restaurante. A porta do apartamento teria sido arrombada. “Ele derrubou a porta do meu apartamento e a única opção era me jogar da varanda”.
Victoria estava em um relacionamento com o empresário há cerca de sete meses e já havia sido agredida pelo menos uma outra vez, já tendo registrado boletim de ocorrência. A estudante chegou inclusive a dar entrada em uma medida protetiva. Porém, retornou com o relacionamento. Na última vez em que as agressões ocorreram, ela afirmou que sentiu medo de morrer. A estudante conta que, diante do perigo, desceu para pedir ajuda.
“Meu vizinho estava entrando no condomínio e eu me joguei no carro dele implorando socorro e entrei no carro. Ao dar a volta para sair, o Matheus pegou o carro dele e começou a bater no carro do meu vizinho", disse. "Eu quero apenas ficar viva", declarou a estudante.
Vítima questionou demora da PM
Nas postagens, a estudante de Direito denunciou que acionou por telefone a Polícia Militar (PM), mas a corporação não atendeu a ocorrência. Em uma rede social, ela disse que ligou para número 190, contudo, quase 24h depois do fato, nenhuma viatura chegou ao local.
“Fui agredida enquanto estava em ligação com a polícia e nenhuma viatura até agora (quase 24h) apareceu. Para filho de delegado a justiça é diferente? Não funciona?”, disse. A reportagem do O Dia entrou em contato a PM, que informou, através de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre o caso.