A família de Rivaldo de Sousa Barreto, de 38 anos, que foi espancado na Vila da Paz e morreu no pronto-socorro no final do mês passado, vai entrar com um processo na justiça caso seja constatada negligência por parte dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Isso porque, embora estivesse agonizando, Rivaldo não recebeu ajuda da equipe e acabou tendo que subir sozinho na maca.
O advogado da família, Antônio Costa, esteve presente nesta quarta-feira (4) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para obter informações acerca da investigação do caso. Segundo ele, a família está aguardando um parecer da Polícia Civil sobre o atendimento do Samu para acionar a justiça.
“Até o momento não temos nenhuma novidade a respeito do processo. Por isso vim aqui falar com a equipe para que eles possam prestar esclarecimentos sobre o andamento das investigações. Vamos aguardar todos os procedimentos a respeito da equipe do Samu. Depois disso vamos reunir toda essa documentação e verificar a possibilidade de entrar na via judicial”, explica o advogado.
O caso repercutiu após imagens do momento serem divulgadas nas redes sociais. Os vídeos, que foram gravados por populares, mostram a vítima rolando no chão e subindo na maca sem ser imobilizado ou amparado pelos profissionais de saúde. O caso passou a ser investigado pela polícia.
De acordo com o delegado Barêtta, coordenador do DHPP, a eventual responsabilidade dos socorristas não isenta quem espancou Rivaldo, mas é importante esclarecer se o quadro de saúde do cabeleireiro se agravou por conta do mau atendimento.
“Quando uma pessoa sofre qualquer acidente, tem que ser imobilizada da forma correta. Nem sequer tocaram nele, ficaram olhando. Você vê que no vídeo o rapaz levanta, cai, levanta de novo e bota a mão aqui na barriga, aquela coisa, como se tivesse sentindo dor. Então há uma possibilidade do agravamento do quadro dele por conta do atendimento”, informou o Barêtta.
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Relembre o caso
O cabeleireiro Rivaldo Sousa Barreto, de 38 anos, foi espancado no dia 23 de setembro, próximo a um grotão da região da Vila da Paz, zona sul de Teresina. Ele foi espancado e encontrado nu, com diversos golpes na região da cabeça e do tórax. A Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foram acionados.
O SAMU o levou para o Hospital de Urgência de Teresina. Porém no dia seguinte, ele não resistiu aos ferimentos e veio à óbito. Investigações apontam que ele era usuário de drogas.