O caso de violência sexual que culminou na injusta prisao de um jovem de 22 anos na cidade de Teresina segue se desdobrando. Em entrevista ao O DIA, a advogada de defesa do rapaz, Pâmela Monteiro, explica que o crime foi premeditado, assim como a acusação ao jovem, que possui sério retardo mental.
“Foi um crime premeditado, o casal fez ato sexual com a garota, viu que teve um problema muito maior do que o que eles imaginaram que poderia ter e decidiram que iriam direcionar o crime para o pessoa”, afirma a advogada.
A denúncia caluniosa envolve não somente fraude processual, mas também certa negligência do Estado na apuração do caso. A defesa informa que uma série de irregularidades que foram constatadas nos autos do processo. “Iremos processar os envolvidos nessa acusação. O Estado foi muito negligente. O meu cliente foi colocado para depor em uma sede de delegacia sendo que ele possui problemas mentais. Ou seja, ele não poderia depor”, destaca Pâmela Monteiro.
A advogada explica que foi nomeado um intérprete para o momento de interrogatório do jovem, mas, segundo ela, além de não haver necessidade de um intérprete, o mesmo possui parentesco com a família da vítima. “Isso é totalmente suspeito. Sem falar ainda que ele não possui formação técnica para ser considerado um intérprete. O intérprete é necessário para uma pessoa que tem problemas auditivos ou que fala uma língua estrangeira, mas, para uma pessoa que possui problema mental não ”, acrescenta a defesa.
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Durante audiência de custódia, após ser acusado de violentar sexualmente de uma adolescente de 12 anos, foi determinado que o jovem ficasse internado por 12 meses em uma casa de recuperação para dependentes químicos localizada no Maranhão, onde não há atuação jurídica por parte da equipe de defesa do rapaz. Além disso, o local não tem credenciamento, uma outra irregularidade apontada pela defesa.
“O que parece é que o responsável por essa casa de recuperação também é parente da adolescente violentada , ou seja, há uma série de irregularidades nesse processo. A casa de recuperação não tinha alojamento adequado. A mãe dele ficou junto com ele nessa casa de recuperação para poder assegurar a integridade física e psíquica do filho dela”, aponta a advogada.
Jovem enfrenta trauma após falsa acusação
Depois de ficar três meses detido por um crime que não cometeu, o jovem está enfrentando um traumático momento em sua vida. A advogada Pâmela Monteiro, que acompanha o caso desde o início, comenta que o rapaz tem constantes pesadelos e que, além disso, seu retardo mental se agravou após a ocorrido.
“Hoje ele está com traumas, não fala com os familiares, têm pesadelos e momentos de tremedeira. O problema mental dele, que já era bem grave, se agravou ainda mais. Ele vai precisar de sessões de terapia com mais frequência do que já fazia, só que agora em uma intensidade muito maior”, destaca a defesa.
A mãe do jovem, Iracilda Pereira Campos, de 44 anos, ressalta que foram três meses tentando provar a inocência de seu filho.
Vítima de estupro passou por três cirurgias
A adolescente de 12 anos violentada sexualmente pelo casal teve que ser submetida a três cirurgias devido aos graves ferimentos causados pelo ato. A advogada Pâmela Monteiro questiona a ausência dos pais da menina desde o momento da violência até o processo de cirurgias.
“A vítima informou que foi estuprada quando voltava da escola, por volta das 11h da manhã e os pais dela só foram notar as 22h, ou seja, um lapso temporal de mais de 10 horas. E pela quantidade de cirurgias que passou e transfusões sanguíneas que teve que receber, não dá para crer que durante esse tempo os pais não notaram”, diz a advogada.
O crime aconteceu em junho deste ano. O casal acusado de estupro foi preso duranta cumprimento de mandado realizado pela Polícia Civil no ultimo dia 4 de setembro.