Mariana Bevilaqua, a mulher acusada de atropelar e matar o motociclista Jucemberg Aguiar em acidente na Ponte da Primavera no dia 18 de outubro, foi indiciada por homicídio doloso a título de dolo eventual. A polícia concluiu o inquérito do caso e constatou que Mariana invadiu a faixa central e reversível da ponte quando atingiu frontalmente a moto de Jucemberg.

Foram colhidos depoimentos de testemunhas que confirmaram que a faixa central estava fechada no sentido Norte-Leste no qual Mariana trafegava, e aberta no sentido Leste-Norte, no qual Jucemberg trafegava. De acordo com o delegado Carlos César Camelo, titular da Delegacia de Trânsito, Mariana tentou fazer uma ultrapassagem e invadiu a pista central, mesmo ela estando fechada para ela.

“A investigação demonstrou que Mariana Bevilaqua estava errada no momento do acidente. Nós ouvimos uma testemunha, um motociclista por aplicativo que trafegava na mesma ponte e no mesmo sentido da vítima, um pouco mais atrás dela, pela via da direita. A própria Strans informou por ofício que naquele dia e naquele horário a ponte fica aberta com sinal verde no sentido Leste-Norte, que era o sentido que a vítima trafegava. Portanto, estava fechada no sentido Norte-Leste, que era o sentido em que a indiciada trafegava. A testemunha visualizou que ela foi fazer uma ultrapassagem e acessou a via central pela contramão, causando a colisão frontal que levou a vítima ao falecimento”, detalhou o delegado Carlos César.

Arquivo O Dia

Delegado Carlos César Camelo, titular da Delegacia de Crimes de Trânsito

Relatos de testemunhas e dos próprios agentes de trânsito que atenderam à ocorrência confirmaram ainda que Mariana Bevilaqua teria tentado fugir do local. De acordo com o delegado, duas pessoas que vinham no veículo atrás da acusada viram ela arrancar com o carro e passar com o pneu parcialmente sobre o pneu da moto de Jucemberg, que já estava no chão. “Ou ela estava tentando fugir ou pelo menos estava saindo do local onde teve o acidente. A colisão aconteceu mais próxima da cabeceira Norte da ponte. Ela cruzou a ponte e só foi parar o veículo do outro lado”, explicou o delegado.

O relatório da investigação conta com depoimentos de agentes de trânsito da Strans que atenderam a ocorrência, depoimentos de policiais militares do Batalhão Rodoviário Estadual (BPRE) e do Batalhão de Trânsito (BPTRAN) além de relatos de testemunhas que presenciaram o acidente e tudo que ocorreu depois dele. A polícia chegou a falar com as pessoas que acionaram o SAMU após o ocorrido e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou a enviar para a polícia a ficha de atendimento da ocorrência.

Reporodução/Whatsapp

Acidente aconteceu na Ponte da Primavera, na pista central e reversível

Para o delegado Carlos César Camelo não resta dúvidas de que Mariana Bevilaqua, por mais que não tenha tido a intenção de matar Jucemberg, assumiu todos os riscos de causar um acidente fatal quando decidiu fazer uma ultrapassagem utilizando uma via proibida para ela no momento, em uma ponte altamente movimentada e na contramão.

“Ela não só agiu com descuido, negligência e imprudência. Estamos falando de dolo. Por mais que o agente não tenha intenção de produzir o resultado, ele assume totalmente o risco de produzir o resultado. Concluímos o inquérito e a indiciamos por homicídio doloso a título de dolo eventual”, finaliza o delegado.

O relatório da investigação já foi encaminhado para o Ministério Público, que vai analisar se oferece ou não a denúncia ao Judiciário contra Mariana Bevilaqua.