A adolescente L.M.G.L, 17 anos, que atirou no ex-namorado, João Lucas Campelo, dentro de uma escola particular em Teresina, foi indiciada por ato infracional análogo a tentativa de homicídio. A polícia concluiu nesta terça (10) o inquérito e vai, agora, remeter o relatório à justiça. A jovem não responderá por um crime propriamente dito, mas sim por uma infração. Isso porque ela é menor de idade e deverá responder judicialmente de acordo com o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com a delegada Daniela Dinali, que presidiu o inquérito, a materialidade e a autoria do fato está comprovada. L.M.G.L atirou na boca do ex-namorado quando os dois estavam no refeitório da escola onde estudavam no Centro da capital. O ato ocorreu no dia 04 de dezembro por volta das 7h30 da manhã. A adolescente teria cumprido a ameaça feita a João Lucas na noite anterior, quando disse a ele que o mataria caso ele terminasse o relacionamento com ela.
A arma usada para atirar no rapaz era uma pistola nove milímetros pertencente ao pai de L.M, o sargento da Polícia Militar, Leonardo Rodrigues Lopes. Além da arma, a polícia apreendeu na mochila da jovem uma arma branca do tipo peixeira.
A dinâmica do fato também ficou comprovada, segundo a delegada. A adolescente atirou em João Lucas, deixou a arma sobre a mesa do refeitório e saiu da escola, indo buscar refúgio em uma farmácia de manipulação próxima. No local, ele confessou a um funcionário que havia matado um colega de escola e pediu que chamassem a polícia. De lá, L.M saiu caminhando em direção ao 25 BC, quando foi interceptada por funcionários da escola que a reconheceram fardada.
A jovem está, desde então, recolhida sob tutela da Justiça. Em depoimento na Central de Flagrantes, ela permaneceu em silêncio. No momento, L.M cumpre internação provisória no Complexo de Defesa da Cidadania. A jovem já passou por audiência onde foi apresentada ao membro do Ministério Público que fará sua acusação.
Caso a justiça entenda pela atribuição da culpa pelo ato infracional, L.M.G.L poderá cumprir medida de internação, que é a mais grave no caso de atos infracionais graves como o análogo à tentativa de homicídio. Essa medida pode durar de seis meses a três anos de internação dependendo da gravidade do ato e da avaliação do juiz. A medida pode ainda ser revista periodicamente.
Quanto ao jovem vítima do ocorrido, João Lucas, ele segue internado no HUT em estado ainda grave, embora já esteja saindo da sedação e tenha reagido. O adolescente está com a bala alojada na coluna cervical e, segundo os médicos, corre risco de ficar tetraplégico.
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