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Sargento denunciado por agredir jornalista tem arma apreendida e será afastado do serviço

Afastamento do serviço não significa expulsão da Corporação. Bombeiros abriu processo para apurar conduta.

20/09/2024 às 12h01

O sargento Gilvan Freitas Rodrigues, que foi denunciado por agredir a ex-mulher, Yara Ataíde, em Timon, foi afastado da escala de serviço pelo Corpo de Bombeiros e teve sua arma apreendida. A informação foi confirmada à reportagem de O Dia pelo gerente operacional dos Bombeiros do Piauí, coronel Egídio Leite. A decisão de afastar Gilvan do serviço foi tomada hoje (20), após Yara Ataíde publicar um novo vídeo no qual o sargento aparece lhe aplicando um mata-leão na frente da filha.

Sargento denunciado por agredir jornalista tem arma apreendida e será afastado do serviço - (Arquivo Pessoal) Arquivo Pessoal
Sargento denunciado por agredir jornalista tem arma apreendida e será afastado do serviço

De acordo com o coronel Egídio, o afastamento de Gilvan do serviço se deu em caráter preventivo enquanto correr o processo administrativo que vai apurar sua conduta. “O sargento Gilvan responderá a um processo que analisará seu comportamento e terá sua arma apreendida. E foi decidido mais recentemente que, por todas as questões que envolvem este militar, ele será afastado da escala de serviço para que ele fique à disposição apenas para responder ao processo que ocorrerá administrativamente no Corpo de Bombeiros”, explica.

O processo que analisará a conduta do sargento Gilvan teve sua abertura anunciada ontem (19) pelos Bombeiros após Yara Ataíde, que é jornalista e ex-mulher de Gilvan, publicar nas redes o vídeo em que aparece sendo violentamente agredida pelo então marido. As agressões físicas e psicológicas, segundo ela, duraram sete anos e aconteciam inclusive na frente dos filhos de dois e quatro anos.

Após ser denunciado, o sargento Gilvan chegou a enviar um áudio para Yara em que a ameaça dizendo que “o feitiço pode virar contra o feiticeiro”. Ouça o áudio abaixo:

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Nesta manhã (20), o chefe da Gerência Operacional dos Bombeiros se manifestou sobre as cenas de violência protagonizadas pelo sargento Gilvan e chamou o comportamento de “covardia.” Egídio Leite afirmou que a conduta apresentada por ele é “inaceitável” e declarou repúdio em nome da Corporação.

“O Corpo de Bombeiros está atuando diante dessas denúncias que foram feitas contra o sargento Gilvan. Essas cenas de violência covarde e inaceitáveis nos dias atuais que foram desprendidas contra sua ex-esposa. Nos indignamos com tudo que tomamos conhecimento de ontem para hoje. Não compactuamos e não concordamos e, por isso, já adotamos as medidas cabíveis”, explicou o coronel Egídio.

Arma foi apreendida junto com o registro de posse e porte

O sargento Gilvan Freitas Rodrigues, denunciado por violência doméstica contra a jornalista Yara Ataíde, teve sua arma apreendida junto com seu registro de posse e porte. O coronel Egídio Leite, gerente operacional do Corpo de Bombeiros, explicou que sem o registro de porte, ele não poderá andar armado, mesmo que a arma em questão seja outra diferente da sua que foi cedida pela Corporação.

Veja abaixo o vídeo publicado por Yara Ataíde:

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“Apreendemos a arma e o CRAFT, que é o Cadastro Nacional de Registro de Armas de Fogo no Brasil. É um cadastro que controla e regula a posse e porte de armas de fogo. Embora a lei dê um porte de arma para alguém, essa pessoa não possa andar com arma sem o CRAFT. Não é qualquer arma que se pode usar pela lei. É a arma que está na identidade dela no CRAFT. É como um carro: não é porque tenho um documento de carro que posso andar em qualquer carro“, esclarece o representante dos Bombeiros.

A decisão de apreender a arma do sargento Gilvan veio após Yara declarar publicamente que ele já havia usado o objeto para ameaça-la, colocando-o inclusive em sua boca.

Yara Ataíde, jornalista agredida pelo ex-marido sargento dos Bombeiros - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
Yara Ataíde, jornalista agredida pelo ex-marido sargento dos Bombeiros

Afastamento do serviço não é expulsão da Corporação

Mesmo afastado do serviço, o sargento Gilvan permanece nos quadros do Corpo de Bombeiros do Piauí e recebendo regularmente seus vencimentos. Isso porque o afastamento é apenas da escala se trabalho. Para que se fale em expulsão/demissão da Corporação, é preciso que o processo administrativo seja devidamente concluído e que a comissão que o conduz entenda que ele não tem condições de continuar sargento do Corpo de Bombeiros.


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