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Teresina é a 11º capital com melhor qualidade de vida no Brasil, diz estudo

Estudo utiliza uma metodologia internacional para calcular o bem-estar da população

03/07/2024 às 17h08

Um novo estudo aplicando o Índice de Progresso Social (IPS) colocou Teresina como a 11ª capital com melhor qualidade de vida no Brasil. O IPS, uma metodologia internacional que calcula o bem-estar da população a partir de dados oficiais, foi utilizado para avaliar todas as cidades brasileiras, o que resultou em um ranking sobre a qualidade de vida dos 5.700 municípios do país. A capital do Piauí obteve uma nota de 67,37, ficando à frente de cidades como Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e João Pessoa.

Teresina é a 11º capital com melhor qualidade de vida no Brasil, diz estudo - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Teresina é a 11º capital com melhor qualidade de vida no Brasil, diz estudo

Entre as capitais do país, Brasília (DF) ficou em primeiro lugar, enquanto Porto Velho (RO) teve o pior desempenho. No ranking dos estados, que recebem uma nota a partir da média de todos os seus municípios, São Paulo lidera, e o Pará está na última posição. O Piauí, por sua vez, ficou em 16º lugar.

O estudo, chamado IPS Brasil, avaliou 53 indicadores considerando dados de fontes como DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico. A pesquisa avaliou diversos indicadores, distribuídos em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-estar e Oportunidades. Cada dimensão foi composta por vários componentes.

Ranking das 20 capitais com melhor qualidade de vida conforme o estudo - (Reprodução/IPS Brasil) Reprodução/IPS Brasil
Ranking das 20 capitais com melhor qualidade de vida conforme o estudo

Teresina se destaca na educação mas enfrenta desafios quanto à segurança

O desempenho de Teresina em diversos indicadores revela tanto pontos fortes quanto áreas que necessitam de melhorias. O estudo classificou os resultados como “forte”, “neutro” ou “fraco”. Confira a seguir as principais avaliações sobre a cidade de Teresina: 

Pontos fortes:

  • Taxa de matrícula escolar: Teresina se destaca com uma alta taxa de matrícula escolar, alcançando 98%, acima da média nacional de 97%.
  • Direitos individuais e liberdades de escolha: A cidade apresenta um bom desempenho, com notas altas para o acesso a direitos humanos e liberdades individuais.
  • Inclusão social: A cidade implementa ações para proteger os direitos das minorias.
  • Acesso à educação superior: Teresina proporciona um bom acesso à educação superior, o que facilita o desenvolvimento acadêmico e profissional dos moradores.

Pontos neutros:

  • Nutrição e cuidados médicos básicos: Teresina mantém um desempenho aceitável nesse indicador, o que demonstra que a maioria da população tem acesso adequado a alimentos e assistência médica básica.
  • Moradia: A qualidade das habitações em Teresina está dentro da média. A capital oferece condições adequadas com serviços básicos para a maioria dos residentes.
  • Acesso à informação e comunicação: A cidade apresenta um acesso razoável às informações e à comunicação.
  • Qualidade do meio ambiente: Embora o índice de qualidade do ar seja considerado bom, outros aspectos ambientais, como a área verde per capita, precisam de melhorias.

Pontos fracos

  • Taxa de desemprego: A taxa de desemprego em Teresina é de 12%, acima da média nacional de 8%, o que indica desafios no mercado de trabalho.
  • Expectativa de vida: Com uma expectativa de vida de 74 anos, Teresina fica abaixo da média nacional de 76 anos.
  • Taxa de mortalidade infantil: A taxa de mortalidade infantil é de 18 por mil nascidos vivos, superior à média nacional de 15, o que aponta certa deficiência no atendimento materno-infantil.
  • Taxa de criminalidade: A cidade registra uma taxa de criminalidade de 25 por mil habitantes, superior à média nacional de 20.
  • Índice de homicídios: Com 30 homicídios por 100 mil habitantes, Teresina supera a média nacional de 25.

Sendo assim, embora Teresina tenha pontos fortes, há áreas críticas que necessitam de melhorias urgentes. As altas taxas de desemprego, criminalidade e homicídios demonstram a necessidade de investimentos em segurança pública.

Cenário nacional

O IPS aplicado em todos os municípios brasileiros revelou como o país se divide em nove níveis de progresso social. São elas:

  • Tier 1: Composta por 308 municípios, essa categoria inclui a maioria das capitais brasileiras e representa 29% da população e 41% do PIB nacional. Gavião Peixoto (SP) obteve a melhor pontuação no IPS Brasil (74,49).
  • Tier 2: Inclui 549 municípios, abrigando 18% da população e 18% do PIB do país. Capitais como Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Salvador (BA) estão neste grupo.
  • Tier 3: Com 838 municípios, representa 14% da população e 14% do PIB nacional. Capitais como Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Belém (PA) e Maceió (AL) estão aqui.
  • Tier 4: Composta por 936 municípios, inclui 12% da população e 8% do PIB do Brasil.
  • Tier 5: Inclui 981 municípios, abrigando 10% da população e 8% do PIB nacional. Capitais como Macapá (AP) e Porto Velho (RO) fazem parte deste grupo.
  • Tier 6: Com 929 municípios, representa 8% da população e 6% do PIB do país.
  • Tier 7: Composta por 640 municípios, inclui 5% da população e 3% do PIB nacional.
  • Tier 8: Inclui 296 municípios, abrigando 3% da população e 1% do PIB do Brasil.
  • Tier 9: Com 93 municípios, representa 1% da população e 0,4% do PIB nacional.
As nove realidades do Brasil - (Reprodução/IPS Brasil) Reprodução/IPS Brasil
As nove realidades do Brasil

As três dimensões do IPS – Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos para o Bem-estar e Oportunidades – mostram que os níveis mais altos (1 a 3) apresentam melhor qualidade de vida e maior desenvolvimento, enquanto os níveis mais baixos (8 e 9) enfrentam grandes desafios em todas as áreas avaliadas.

O estudo conclui que o Brasil possui enormes desigualdades regionais, com zonas de alto progresso social contrastando fortemente com áreas que necessitam de significativos investimentos e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico.

A partir de 2024, o IPS Brasil será atualizado anualmente para que seja possível comparar o desempenho socioambiental dos municípios ao longo do tempo. Conforme o estudo, medir a situação social desses territórios numa frequência anual é importante para captar mudanças e tendências e contribuir para o aperfeiçoamento de políticas públicas e melhoria da gestão pública local.

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