Na manhã desta terça-feira (27), familiares do empresário
Rafael Soares, assassinado a tiros na tarde de ontem, disseram não acreditar que ele tenha
sido vítima de latrocínio e afirmaram que os criminosos já abordaram a vítima
atirando. As declarações têm como base as imagens gravadas por câmeras de segurança localizadas nas proximidades da residência de Rafael.
“As imagens não são tão claras, mas dá para perceber que não foi uma tentativa de assalto. A pessoa já desceu atirando, é isso que dá para perceber. Pode ser que eu esteja enganado, posso ser que eu esteja vendo chifre em cabeça de cavalo. A minha sobrinha falou para a imprensa que os legistas falaram que não foi só um tiro, existiam mais projéteis dentro dele”, afirmou o tio de Rafael, Calebe Soares.
Foto: Arquivo Pessoal
O empresário trabalhava no ramo da corretagem de gados. Segundo a família, ele comprava os animais nos estados do Maranhão e do Pará e transportava para os abatedouros localizados em Teresina e na cidade de Parnaíba, no litoral. Apesar de ser jovem, ele era considerado bem-sucedido no ramo e, para o tio, isso pode ter atraído “olhares de pessoas mal intencionadas”.
“Era um moleque de 24 anos, que trabalhava desde os 15 anos. Começou como office boy e depois foi crescendo. A família, que é muito grande, trabalha com essa área de carne e de frigorífico. Ele galgou muita coisa em pouco tempo e isso foi o principal vetor que atraiu olhares de pessoas mal intencionadas, por ter crescido tão rápido. Isso é o que eu penso, não é o que a polícia diz”, avaliou o tio da vítima.
Alexsandro Sousa, primo do empresário, também concorda com a hipótese apontada pela família de que Rafael não foi vítima de latrocínio. Os primos costumavam praticar ciclismo juntos e, segundo Alexsandro, a vítima nunca relatou ter recebido ameaças.
“A gente andava de bike por Teresina, ele tinha um coração muito alegre, por onde ele andava deixava amizade. Ele nunca foi de andar com rixa com ninguém, nunca ouvi ele falar de ameaça com relação a pessoa dele. Eu não acredito muito em latrocínio, os bandidos não chegaram a render ele. Já desceram atirando e, se fosse latrocínio, iam querer render ele, levar o carro”, afirma.
Segundo o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Baretta, os criminosos já estariam monitorando a vítima e chegaram a fotografar a residência do empresário. Os dois suspeitos já foram identificados e possuem passagens passagens pela polícia por crime de roubo e tráfico de drogas. “A gente sabe quem são os matadores, os assaltantes, agora é preciso que a gente legitime as provas, colocá-los na cena do crime. Eles serão capturados e presos nas próximas horas”, conta Baretta.