Os primeiros meses do ano são tradicionalmente chuvosos em boa parte do Piauí. Mas esse aumento considerável dos volumes de chuva faz surgir outras preocupações: tratam-se das áreas de risco de enchentes, inundações, alagamentos e enxurradas. Em 2024, o verão teresinense tem sido atípico, com um acumulado de precipitação menor em relação ao que se registrou em anos anteriores.
O resultado disso se reflete, também, na quantidade de famílias afetadas e no número de áreas de risco monitoradas pelas autoridades competentes. Até o final deste mês de fevereiro, Teresina tem somente três famílias desalojadas de suas casas em razão de risco de desastres naturais como desabamentos e deslizamentos.
O número é 94% menor que as 56 famílias desabrigadas no período chuvoso de 2023. A informação é da Defesa Civil Municipal de Teresina. Neste ano, o órgão monitora 27 áreas consideradas de risco para eventos naturais desastrosos. Uma delas é a região do Residencial Pedro Balzi, na zona Sudeste, que já possui um histórico de episódios de alagamentos.
Quem explica é o coordenador da Defesa Civil Municipal de Teresina, Marcos Rolf. “Aquela região é inclusive onde tivemos famílias desalojadas devido à umidade do solo, aos problemas de drenagem urbana e à questão do lixo nas galerias. As famílias que saíram de lá foram notificadas com antecedência”, afirmou Rolf.
Os teresinenses desalojados por conta da chuva na região do Pedro Balzi foram encaminhadas para a casa de familiares e amigos e incluídas dentro do Programa Cidade Solidária, que inclui o recebimento de Aluguel Solidário e a Família acolhedora. A Defesa Civil não pretende utilizar escolas como local de recebimento de famílias desabrigadas como foi feito em anos anteriores. A prioridade será dos abrigos e a casa de parentes.
Além da região do Pedro Balzi, também recebem atenção especial da Defesa Civil Municipal de Teresina algumas regiões da zona Norte da capital como a Ocupação Lindalma Soares, Residencial Dandara e Parque Brasil. Na zona Sul, inpsira cuidado especialmente a região do Parque Rodoviário, onde famílias tiveram suas casas atingidas por uma enxurrada em abril de 2019. “Estas regiões são sempre problemáticas, porque são áreas de mangue, planícies e apresentam várias dificuldades de relevo”, explica Marcos Rolf.
A Defesa Civil lembra que a quantidade de regiões monitoradas durante o período chuvoso pelo Município difere da quantidade monitorada pelo CPRM (Serviço Geológico Nacional) e pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Aletras e Desastres Naturais). Isso porque a Defesa Civil só monitora áreas habitadas e que apresentam risco para a população no entorno. Os demais órgãos federais costumam contabilizar também áreas desocupadas e não habitadas, mas que apresentem qualquer risco de desastre geológico-natural.
Conforme o monitoramento do CPRM, Teresina possui atualmente 56 áreas afetadas com risco de desastre natural do tipo enchente, inundação e enxurrada. A maioria delas se concentra nas proximidades das margens dos rios que cortam a capital, o Poti e o Parnaíba, e as que apresentam os riscos mais altos de evento adverso estão localizadas nas regiões Norte e Sul.
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O coordenador municipal da Defesa Civil lembra que o órgão atua em conjunto para agir na prevenção e mitigar os riscos antes que algo de fato venha a acontecer.
“Nós estamos sempre vigilantes e atentos para os riscos ambientais que Teresina historicamente possui nesse período. Como temos chuvas menos rigorosas. É justamente por sabemos como a cidade funciona que agimos sempre com antecedência. Não queremos que as pessoas sofram consequências de uma chuva forte, porque chuva deve ser sinônimo de fartura, não de desastre”, finaliza Marcos Rolf.