O afogamento do menino Wellington Rafael, que quase terminou em tragédia neste fim de semana no interior do Piauí, acendeu novamente o alerta para os riscos de se deixarem crianças brincando sozinhas em locais de banho. Wellington foi socorrido pela deputada estadual Bárbara do Firmino, que é médica e lhe prestou os primeiros socorros. Mas já diz o ditado que prevenir é sempre melhor que remediar. Pais e responsáveis devem sempre ficar atentos às suas crianças quando saírem para momentos em rios, açudes, lagos e balneários.
Quem faz o apelo são autoridades no assunto. O Corpo de Bombeiros do Piauí alerta para os riscos que uma criança ou até mesmo um adulto corre quando toma banho em local desconhecido. Rios podem ter buracos e redemoinhos, lagos podem ter o solo irregular, no mar o vai e vem das marés forma piscinas naturais, que quando submersas oferecem riscos. Isso só para citar alguns exemplos.
O uso de equipamentos de proteção é essencial, mas mais do que isso, é preciso também orientar as crianças e os pais e responsáveis sobre os riscos que uma brincadeira despretensiosa pode acarretar. Quem afirma é a porta-voz do Corpo de Bombeiros do Piauí, coronel Najra Nunes.
“Temos que orientar nossas crianças a nunca adentrar nos ambientes aquáticos sem um adulto e sem equipamentos de proteção. Se não tiver os equipamentos, que os pais ou responsáveis estejam sempre com a criança. Não devem deixar elas de forma alguma sozinhas. E orientar sobre os riscos de saltos, pulos nas piscinas. Às vezes as crianças acabam batendo a cabeça ou as costas causando acidentes muito graves que podem até ser fatais. Não ficar com brincadeiras perigosas”, instruir a coronel.
Após a orientação, o primeiro passo quando se vai passar momentos de lazer em locais de banho é conhecer bem estes locais, procurar se informar sobre eles antes de entrar na água. Pesquisas antes as condições climáticas, se o balneário, rio ou açude está em condições propícias para o banho e qual o local que está seguro para banhar. A coronel Najra orienta os pais ou responsáveis a se informar com barraqueiros e frequentadores do espaço antes de permitir que suas crianças entrem na água.
O segundo passo é se munir de equipamentos de proteção. Boias não devem ser usadas apenas pela sua estética, mas sim pela funcionalidade que possuem. No caso de crianças, o ideal é que a boia pegue no tórax e nos braços. Na falta de uma boia, a pessoa pode usar uma cordinha amarrada ao braço e coletes salva-vidas.
O terceiro passo é não ingerir bebida alcoólica quando se passa momentos de lazer em banhos. Isso vale tanto passa os adultos que cuidam de crianças quanto para aqueles que entram nos rios, açudes e lagos. O álcool altera a capacidade psicomotora e de reação da pessoa, o que pode tornar sua atitude mais lenta em uma situação de perigo tanto no sentido de se salvar quanto para salvar outras pessoas.
A coronel Najra explica que se a criança entrar na água, deve estar sempre acompanhada de um adulto e a um braço de distância dela no máximo. Mais que isso já coloca a criança e o adulto em risco. E até em casos onde não há crianças, o recomendado é que um adulto nunca tome banho sozinho em rios, lagos ou açudes. Todo mundo está suscetível a passar mal, ter uma câimbra ou algum mal súbito que o impeça de reagir em caso de perigo. É melhor ter alguém ao lado para ajudar do que tentar sair da situação sozinho.
Por fim, a coronel Najra orienta que as pessoas busquem sempre tomar banhos em balneários, açudes, rios ou lago perto de agentes da segurança pública tais como policiais militares, bombeiros ou um salva-vidas, que são treinados para agir com rapidez e eficiência em casos de necessidade.
Confira algumas dicas de segurança para evitar acidentes e afogamentos
- Pesquise as condições climáticas do local que vai frequentar: veja se o rio, açude, lago ou balneário está em condições propícias ao banho e qual o local mais seguro para entrar na água. Se informe antes com trabalhadores do local e frequentadores.
- Use sempre equipamentos de proteção: só entre na água usando boias ou coletes salva-vidas. Se for criança, a boia deve pegar o tórax e os braços. Ficar atento também ao material destes equipamentos para que ele não seja escorregadio nem fure facilmente.
- Nunca deixa crianças entrarem na água sozinhas: se forem entrar na água, as crianças devem sempre estar acompanhadas de um adulto que fique próximo. O ideal é se manter a pelo menos um braço de distância. É recomendado também nunca entrar na água sozinho, mesmo se você for adulto.
- Não ingerir bebidas alcoólicas: se for tomar banho em rios, açudes ou balneários, evite ingerir álcool. Fique sempre atento às crianças e, caso beba, não entre na água sozinho.
- Localize visualmente os salva-vidas, bombeiros ou policiais nas proximidades dos açudes, rios ou lagos e fique sempre perto deles.