O advogado Ércio Quaresma Firpe, que atuou na defesa do goleiro Bruno, confirmou que fará a defesa de Thiago Mayson da Silva Barbosa, acusado de matar e estuprar a estudante Janaína Bezerra, na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Na manhã de hoje (01), o advogado conversou com a reportagem do Portalodia.com após o julgamento de Thiago ser adiado pela segunda vez. A sessão não foi realizada justamente pela ausência da defesa do acusado. Quaresma afirma que somente ontem assumiu oficialmente a defesa de Thiago e que não teve tempo de se inteirar do processo para representa-lo no julgamento de hoje.
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Ércio Quaresma Firpe é um dos maiores nomes da advocacia criminal no Brasil e atuou em casos de repercussão nacional, como o processo do goleiro Bruno, condenado em 2013 pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio. O advogado disse que foi procurado esta semana pela família de Thiago Mayson, mas que por conta da agenda pré-programada, ainda não teve como dar a devida atenção ao processo para poder traçar uma estratégia.
A troca de advogado a menos de um dia do julgamento foi vista pela acusação como uma manobra para adiar o andamento do processo e uma possível condenação de Thiago. Foi o que afirmou a advogada da família de Janaína, Florence Rosa. Para o advogado do réu, no entanto, a situação foi apenas um conflito de agenda. “A família travou contato comigo, pediu para eu assumir, mas não sei nada desse processo. Apenas assumi a demanda, mas como tenho uma audiência hoje de tarde com réu preso em Minas, um compromisso pactuado anteriormente, solicitei e foi remarcado [o julgamento de Thiago]”, explicou Quaresma.
O advogado disse que entrou em contato com o magistrado designado para o caso explicando a necessidade de adiamento do julgamento e que ele foi solícito ao entender que o réu tem o direito de ampla defesa, acatando a remarcação da sessão. A audiência de julgamento do acusado de matar Janaína foi remarcada para o dia 29 de setembro, a ser realizada no Fórum Criminal de Teresina, no Tribunal Popular do Júri.
À reportagem do Portalodia.com o Quaresma garantiu que estará presencialmente na capital piauiense para o julgamento e que só não virá caso “falte ar nos pulmões”. No momento, a defesa vai procurar conhecer o processo e conversar com o réu para ouvir sua versão dos fatos.
“O único personagem a ser ouvido nessa fase é o réu. Ainda não tenho a menor ideia sobre o processo e só vou me pronunciar sobre ele depois que ler os autos. Não sei ainda quem falou pela defesa da família enlutada e não sei nem por que [Thiago] está preso nem o fundamento da prisão. A partir da semana que vem é que vou me inteirar da causa e vou buscar um contato com meu cliente”.
Julgamento de Thiago Mayson já foi adiado duas vezes
Marcado inicialmente para acontecer no dia 17 de agosto, o julgamento de Thiago Mayson da Silva Barbosa, foi adiado por falta de quórum. É que no Tribunal Popular do Júri, que julga crimes hediondos como estupro e homicídio, a sentença é proferida por um Conselho de Sentença formado por representantes da sociedade civil previamente intimados pelo juiz. Ao todo, 23 jurados foram convocados para acompanhar o julgamento do caso de Janaína Bezerra. Destes, 11 compareceram e 12 estavam ausentes. O número mínimo para que o julgamento ocorresse era 15 jurados. Por falta de quórum, a sessão foi adiada para esta sexta-feira (01).
Hoje (01), a audiência voltou a ser adiada. Desta vez, houve troca na defesa de Thiago Mayson e o advogado que recém-assumiu o caso, Ércio Quaresma Firpe, alegou que não teve tempo suficiente para conhecer o processo e preparar uma estratégia. Atendendo a um pedido dele, a sessão foi remarcada para o dia 29 de setembro.
Entenda o caso
Thiago Mayson da Silva Barbosa está preso desde janeiro deste ano acusado de ter matado a estudante de Jornalismo Janaína Bezerra dentro das dependências da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Thiago era estudante do mestrado em Matemática e acabou sendo desligado da UFPI após se tornar réu por feminicídio, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver (por manter relação sexual com a vítima sem vida) e tentativa de fraude processual (por tentar esconder o corpo).