O cenário político brasileiro é formado por decisões que levam em consideração a dinâmica das relações político-eleitorais, tendo o pragmatismo exercido um protagonismo que impacta sobremaneira as decisões sobre alianças. Vitor Sandes, professor de ciência política da UFPI, avalia que neste ano de 2025 o governo Lula vai ter que atuar de forma articulada para conseguir montar uma base de apoio sólida no Congresso, sob pena de não conseguir viabilizar uma agenda política que traga benefícios eleitorais a curto e médio prazo.
Vitor Sandes lembra que nos dois primeiros anos de governo, Lula atraiu o União Brasil e o PP para a Esplanada dos Ministérios, acenou com a liberação de emendas, mas mesmo assim não consegue ter resultados no parlamento que garantam uma tranquilidade para aprovar reformas ou projetos de interesse do executivo.
Sandes acrescenta que mesmo o governo federal se esforçando para buscar apoio, precisa entender que dinâmicas locais acabam afastando uma aliança no campo político. “As vezes é possível uma aliança administrativa, em torno de uma proposta, mas a formação dos palanques estaduais afasta partidos de núcleos ideológicos diferentes”, pontua.
Em 2026, Lula é o nome mais forte no campo da esquerda e Bolsonaro será importante para a direita
Do ponto de vista eleitoral, todas as movimentações já têm 2026 como pano de fundo das discussões. Neste caso, Vitor Sandes lembra que Lula não pode responder se será candidato ou não, neste momento. “Se ele disse que não é candidato, seu governo termina hoje. Abriria disputas entre ministros do seu próprio governo. O Lula é o melhor nome do seu campo político. Extrapola o petismo, alcança setores que não são necessariamente de esquerda’, explica Vitor Sandes, argumentando que mesmo Haddad, por exemplo, que se relaciona melhor com o mercado, não tem capilaridade igual o Lula.
Já em relação ao campo oposicionista, Vitor Sandes lembra que 2025 será importante para definir o futuro de Jair Bolsonaro. Apesar dele enfrentar o indiciamento na justiça, o que não é positivo, o Bolsonarismo é resiliente, e a preferenciado eleitor de direita pelo Bolsonaro é muito sólida. “Se uma eleição fosse hoje, provavelmente Lula e Bolsonaro iam se enfrentar. As preferências são muito sólidas. O indiciamento afasta o eleitor mais moderado, é fato. Mas possivelmente ele não sendo candidato, apoiara um candidato que defenda os valores Bolsonaristas, sendo um grande eleitor”, explica Sandes, acrescentando que em caso de ausência de Bolsonaro, o atual governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, é o nome mais forte do grupo.
Vitor Sandes lembra que na eleição para São Paulo, Pablo Marçal demonstrou que sempre há espaço para outros nomes, independentemente de estrutura partidária.
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