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Piauí apresenta o sexto maior crescimento de registros de nascimento do Brasil

Dados do IBGE mostram que três cidades do Estado tiveram aumento considerável na quantidade de crianças registradas. Maioria dos registros são de crianças declaradas pretas.

08/08/2024 às 12h57

Durante o ano de 2022, 99% dos registros de nascimento que foram lavrados em cartório no Piauí declaravam o nascimento de pessoas pretas. É o que aponta os dados do Censo Demográfico 2022 sobre registros de nascimento divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (08). O Estado teve o sexto maior crescimento nos registros de nascimento de crianças de até 5 anos no Brasil em 2022, com um total de 98,91% de certidões lavradas.

O aumento foi de 0,56 pontos percentuais quando comparado com o resultado obtido no Censo Demográfico de 2010, ou seja, 12 anos antes. Naquele ano, o Piauí registrou um percentual de 98,32% de registros de nascimentos feitos. Quando observados os critérios de raça ou cor, a maior quantidade de certidões lavradas no Piauí são de crianças pretas e com idade entre 2 e 5 anos. Significa dizer que os pais ou responsáveis têm aguardado ao menos dois anos para registrar seus filhos em cartório após o nascimento.

No Piauí, quase 100% dos registros de nascimento feitos em 2022 eram de pessoas pretas - (Reprodução/Agência Brasil) Reprodução/Agência Brasil
No Piauí, quase 100% dos registros de nascimento feitos em 2022 eram de pessoas pretas

Os de nascimento que declaram crianças pardas respondem pelo segundo maior percentual de certidões emitidas no Piauí em 2022. Depois dos nascimentos de crianças pretas, as pardas correspondem a 98,99% dos nascimentos lavrados em cartório no Estado naquele ano. Em seguida aparecem as crianças brancas, com 98,73% dos nascimentos registrados e as crianças declaradas indígenas, com 95,41%. Chama a atenção, de acordo com o IBGE, que a quantidade de registros de nascimento de crianças indígenas no Piauí seja maior que a média brasileira (93,17%).

Os dados do IBGE revelam também que para as crianças menores de 1 ano, os registros de nascimento apresentam um indicador inferior, de 99,55%, o que denota uma menor cobertura nos cartórios do Piauí nesta faixa etária. À medida que se avança na idade, os números de registros de nascimento crescem no Estado até chegar à cobertura de 99,55% para as crianças entre 2 e 5 anos.

O Piauí segue a tendência do Brasil, em que se observou também uma melhora nos registros de nascimento à medida que se avança na idade da criança. A cobertura nacional é de 99,23% para crianças de 1 ano e de 99,46% para crianças de 2 a 5 anos.

No Piauí, quase 100% dos registros de nascimento feitos em 2022 eram de pessoas pretas - (Arquivo/ODIA) Arquivo/ODIA
No Piauí, quase 100% dos registros de nascimento feitos em 2022 eram de pessoas pretas

12 municípios piauienses alcançaram 100% de cobertura nos registros de nascimento

O Censo Demográfico 2022 do IBGE apontou que 12 das 224 cidades do Piauí alcançaram a marca de 100% do registro de nascimento de suas crianças até 5 anos de idade. São elas: Acauã, Aroazes, Conceição do Canindé, Curralinhos, Floresta do Piauí, Miguel Leão, Milton Brandão, Novo Santo Antônio, São João da Varjota, São José do Divino, Tanque do Piauí e Wall Ferraz.

Em contrapartida, os municípios com os menores indicadores de nascimento foram Cocal dos Alves, com 96,37%; Cajueiro da Praia, com 96,88%; Olho D´água do Piauí, com 96,90; e Porto Alegre do Piauí, com 97,02%. Estes também figuram entre os 100 menores indicadores do Brasil. Já o maior crescimento nos registros de nascimento piauiense foi encontrado nas cidades de Curralinhos, com 4,47 pontos percentuais, São João da Serra, com 3,65 pontos percentuais, e Alvorada do Gurguéia, com 3,50 pontos percentuais.

O IBGE destacou que nem todos os municípios do estado apresentaram crescimento. O Censo Demográfico 2022 apontou que um total de 160 municípios apresentaram efetivo crescimento no indicador do registro de nascimento e apenas um município manteve o indicador de registro observado em 2010, que foi Alagoinha do Piauí (98,9%), enquanto outros 63 municípios apresentaram efetiva redução no indicador.

O Instituto finaliza lembrando que o registro de nascimento em cartório representa a oficialização da existência do indivíduo, de sua identificação e da sua relação com o Estado, garantindo condições fundamentais para o exercício da cidadania, sento também requisito para a retirada de outros documentos (RG e CNH, por exemplo). A certidão de nascimento garante também acesso a serviços básicos prestados pelo Estado, como as primeiras vacinas, matrícula em escola ou creche pública, além do acesso a auxílios sociais.


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