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Um mês após tragédia em Nazária, população evita banhar no rio

O local ainda não conta com sinalização adequada para alertar o perigo de afogamento aos banhistas

28/09/2022 15:57

Nesta quarta-feira (28), a tragédia que vitimou cinco crianças da mesma família no Rio Parnaíba, em Nazária, completa um mês. Na manhã de hoje, a reportagem do O DIA voltou ao local e encontrou a coroa do rio vazia. No local, antes usado para amenizar o calor do período mais quente do ano, apenas a água calma lembra os dias de angústia vividos por amigos e familiares em busca dos corpos das crianças que morreram afogadas. 


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Crianças desapareceram enquanto banhavam próximas à coroa no Rio(Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Um mês depois, os populares ainda não voltaram a frequentar o local. A lembrança da tragédia deixa aqueles que costumavam tomar banho no rio receosos de retomar o costume. É o que relata o caseiro Cláudio Pereira, que mora em uma chácara localizada a poucos metros da coroa onde a tragédia aconteceu. Segundo ele, desde aquele domingo, 28 de agosto, não viu ninguém voltar a frequentar a coroa. Os poucos que ainda se aproximam do local são pescadores e lavadeiras de roupa.


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“Na coroa onde teve o acidente eu não vi mais ninguém banhando. Aqui embaixo [na beira do rio], eu ainda vejo às vezes as pessoas descendo para pescar ou para lavar roupa, mas para banhar não. Antes era ‘casa cheia’ a semana toda, principalmente na parte da tarde que o tempo é mais quente. De quarta-feira em diante o pessoal já começava a descer para o rio. No dia mesmo do acidente tinha bastante gente”, conta.

O caseiro Cláudio Pereira relata que a a população ainda não voltou a frequentar o local (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Segundo ele, alguns moradores e curiosos chegam a ir até a beira do rio, olham para o Velho Monge, mas logo seguem caminho, não tomam coragem de descer para tomar banho. O local, segundo ele, é a única área de lazer para os quase 10 mil habitantes. Por isso, ele acredita que, com o tempo, os banhistas voltem a frequentar o rio.

“Acho que o pessoal não voltou a banhar ainda porque está bem recente. As pessoas param o carro, olham para o rio, mas não banham, vão logo embora. Eu não sei se é por medo porque a gente já conhece esse rio Parnaíba e sabe que acontece acidente há muito tempo, principalmente no verão, mas não deixa de ter o receio porque a tragédia foi grande. Só que o rio tem aquela coisa, tem uns que morrem, mas os outros tem que viver, porque é o único lazer que tem aqui em Nazária”, destaca.

Local ainda não foi sinalizado a fim de alertar banhistas 

A coroa do rio, local onde aconteceu a tragédia com as crianças, ainda não conta sinalização adequada a fim de alertar a população e os banhistas do perigo de afogamento. 

A equipe de reportagem do O DIA entrou em contato com a Prefeitura de Nazária a fim de entender se há planos para sinalizar o local. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno por parte do prefeito do município, Osvaldo Bonfim. O espaço permanece aberto para futuros esclarecimentos. 

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