Falar sobre a construção de um mundo mais justo e igualitário é abordar o conceito de equidade. Mas afinal, o que realmente significa esse termo? Para entender melhor, podemos recorrer às ideias filosóficas da Grécia Antiga. Aristóteles disse: "devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade". Isso quer dizer que a equidade não se resume a tratar todos de maneira igual, mas reconhecer as diferenças individuais e fornecer tratamento específico de acordo com essas particularidades.
No Brasil, embora a Constituição de 1988 tenha declarado o princípio da igualdade em seu artigo 5º, nossa realidade econômica e social ainda é marcada por diferenças. Apesar do avanço das leis, o país enfrenta inúmeros desafios em direção à igualdade. A pobreza, a falta de oportunidades de emprego e educação, bem como a seletividade no acesso à moradia, continuam a gerar desigualdades em nossa sociedade.
A história do teresinense Misael Wesley, hoje professor de Libras, é um exemplo das barreiras enfrentadas por muitos. Surdo desde nascença, Misael enfrentou obstáculos e preconceitos, mas encontrou na comunidade surda e na língua de sinais a sua força. “As pessoas pensam que o surdo não é capaz, mas eu sou capaz. Eu estudei, fiz faculdade e me tornei professor. Eu tenho orgulho disso", afirma.
Em entrevista ao Jornal O Dia, Misael destaca a importância da inclusão e da acessibilidade na sociedade. "Eu enfrentei desafios devido ao capacitismo, e isso não se restringe apenas aos surdos, mas a todas as pessoas com deficiências físicas, visuais, ou autismo. É importante que esses grupos sejam incluídos na sociedade, mas ainda há falta de respeito por parte das pessoas”, aponta.
Segundo o sociólogo e antropólogo Arnaldo Eugênio, a equidade é uma “justiça justa”, ou seja, garantir que as pessoas tenham acesso aos espaços, aos cargos e aos bens de forma igualitária, levando em consideração as diferenças individuais. “O objetivo é minimizar essas diferenças ao máximo possível para que todos possam ter acesso de maneira justa”, explica.
Para superar os obstáculos que ainda impedem a construção de um mundo justo, é importante adotar políticas públicas que promovam a equidade. E é nesse contexto que se insere o Grupo dos Vinte (G20), considerado o principal fórum de cooperação econômica internacional.
Composto pelas maiores economias do mundo, como a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália e Canadá, o G20 discute, anualmente, iniciativas econômicas, políticas e sociais, além de traçar estratégias internacionais para os problemas que afligem o mundo.
Este ano, o Brasil sediará o G20, com destaque para a inclusão de cidades de todas as regiões do país, inclusive Teresina, no Piauí. Os principais temas discutidos nesta edição serão o comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
Na capital do Piauí, o encontro ocorrerá entre os dias 22 e 24 de maio e vai tratar sobre o combate à fome, à pobreza e à desigualdade. A inclusão de Teresina e de outras capitais fora do eixo Sul-Sudeste representa uma inovação nesta edição do Brasil. A descentralização das atividades tem como objetivo transformar o G20 em um fórum mais inclusivo e acessível, ampliando sua representatividade.
Além de Teresina, o Brasil vai receber reuniões do G20 em Brasília (DF), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Foz de Iguaçu (PR), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Salvador (BA) e São Luís (MA).
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