A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta quarta-feira (23), os resultados de uma análise feita em 41 produtos de creatina disponíveis no mercado nacional. As marcas de creatina, produzidas por 29 fabricantes, passaram por testes laboratoriais para avaliação de conformidade com os critérios de qualidade. A pesquisa revelou que apenas uma amostra apresentou teor de creatina abaixo do esperado.
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O levantamento focou nas creatinas mais vendidas, especialmente em embalagens de 300g, e coletou amostras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, que concentram a maior parte do mercado. A coleta foi feita pelas Vigilâncias Sanitárias locais e seguiu o procedimento fiscal definido pela Lei nº 6.437/1977.
As análises foram conduzidas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com foco em três critérios principais: teor de creatina, rotulagem e presença de matérias estranhas.
Entre as 41 marcas de creatina analisadas, apenas uma apresentou teor abaixo do permitido pela regulamentação. A regra determina que o produto tenha, no mínimo, 3.000 mg de creatina e variação de até 20% em relação ao valor declarado no rótulo. Segundo a Anvisa, os resultados mostram uma melhora em relação a análises feitas anteriormente por instituições do próprio setor produtivo, indicando possível autorregulação por parte dos fabricantes entre 2022 e 2024.
A marca que não atingiu esse padrão segue sob investigação administrativa. "A única amostra com erro de teor de creatina está em processo administrativo e de apuração, o que não permite a divulgação da marca neste momento", explica.
Problemas de rotulagem ainda são comuns
Apesar da regularidade nos teores de creatina, a maioria dos produtos apresentou erros de rotulagem. Das 41 amostras, 40 continham algum tipo de inadequação nas informações dos rótulos, indo desde a ausência de dados obrigatórios até alegações indevidas sobre os efeitos do produto. Entre os erros mais comuns estão:
- Alegações de propriedades não autorizadas;
- Tabelas nutricionais fora do padrão;
- Falta de informações sobre porções, frequência de consumo e presença de açúcares;
- Uso de expressões e imagens que podem induzir o consumidor ao erro.
A Anvisa informou que, embora essas falhas não representem risco imediato à saúde, poderão gerar notificações aos fabricantes, reforçando a necessidade de ajustes para conformidade com a legislação.

Marcas analisadas
No quesito presença de matérias estranhas, todas as amostras analisadas apresentaram resultados satisfatórios, o que indica controle adequado das condições de produção quanto à contaminação física. A creatina Creatine Monohydrate - 100% Pure, da marca Atlhetica Nutrition, fabricada pelo ADS Laboratório Nutricional Ltda., foi a única aprovada integralmente nos testes de teor, rotulagem e ausência de matérias estranhas.
Com a Resolução RDC nº 843/2024 e a Instrução Normativa nº 281/2024 em vigor, os fabricantes têm até 1º de setembro de 2025 para adequar todos os suplementos alimentares — inclusive os que já estavam no mercado — às exigências da Anvisa.
Confira a lista completa dos produtos analisados.
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