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Leptospirose: RS registra primeira morte pela doença após enchentes

Vítima era um idoso de 67 anos que vivia no município de Travesseiro, no Vale do Taquari,

21/05/2024 às 14h57

21/05/2024 às 14h57

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou o primeiro óbito por leptospirose no estado após as recentes enchentes. O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre. A vítima era um idoso de 67 anos que morava no município de Travesseiro, no Vale do Taquari, uma das regiões atingidas pela tragédia climática. 

RS registra primeira morte por Leptospirose após enchentes - (Gustavo Mansur/Palácio Piratini) Gustavo Mansur/Palácio Piratini
RS registra primeira morte por Leptospirose após enchentes

A Secretaria de Saúde, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), está monitorando casos suspeitos de leptospirose. Até agora, foram identificados 304 casos não confirmados e 19 confirmados nas últimas semanas. Desde o início do ano até 19 de abril, foram registrados 129 casos e seis óbitos.

Quais são os sintomas da leptospirose?

A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Leptospira. Ela é transmitida principalmente através do contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados, especialmente ratos. A infecção pode ocorrer quando a bactéria entra no corpo através de cortes na pele, mucosas ou pela ingestão de água contaminada. Por isso, é importante que as pessoas expostas a enchentes fiquem atentas aos sintomas durante esse período.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os primeiros sintomas podem surgir entre dois e 30 dias após a infecção, variando de pessoa para pessoa. 

Os principais sintomas incluem:

  • Febre alta: Um dos primeiros e mais comuns sintomas.
  • Dor de cabeça: Geralmente severa e persistente.
  • Dores musculares: Especialmente nas panturrilhas e costas.
  • Calafrios: Sensação de frio intenso seguida por tremores.
  • Olhos vermelhos: Inflamação nos olhos, também conhecida como conjuntivite.
  • Náuseas e vômitos: Podem ocorrer juntamente com dor abdominal.
  • Icterícia: Amarelamento da pele e olhos, indicando problemas hepáticos.
  • Erupções cutâneas: Pode aparecer em alguns casos.
  • Diarreia: Em certos casos, pode ocorrer como sintoma.

Nos casos mais graves, a leptospirose pode levar a complicações sérias como insuficiência renal, meningite, problemas respiratórios e hemorragias. É fundamental buscar atendimento médico ao apresentar sintomas após exposição a águas contaminadas, especialmente em áreas afetadas por enchentes, para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

O que fazer em caso de contato com água contaminada?

Após o contato com água possivelmente contaminada, a primeira medida a ser tomada é lavar o corpo imediatamente com água e sabão para reduzir o tempo de exposição e minimizar o risco de infecção.

Recentemente, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Sociedade Gaúcha de Infectologia e a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul emitiram uma nota técnica com orientações sobre a profilaxia (medidas preventivas) contra a leptospirose em situações de exposição contínua e inevitável a águas de enchentes, como ocorre atualmente no estado.

Embora o uso de antimicrobianos não seja recomendado de forma rotineira e seja indicado apenas após o diagnóstico da doença, a nota técnica enfatiza que, em cenários de alto risco, onde há grande exposição a águas possivelmente contaminadas, essa medida pode ser considerada para reduzir os riscos, desde que feita sob orientação médica.

A principal recomendação das entidades é o uso da doxiciclina, administrada em dose única para adultos em situações de pós-exposição de alto risco. Para crianças, a dose deve ser ajustada conforme o peso corporal, com uma dose máxima definida. Como alternativa, a azitromicina pode ser utilizada nas mesmas condições.