Aproximadamente 50 pessoas foram vítimas de um golpe envolvendo falsos consórcios na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. O grupo criminoso suspeito de aplicar os golpes foi preso pela Polícia Civil durante cumprimentos de mandados de prisão realizados na Operação Contemplatus nesta terça-feira (25). Estima-se que o prejuízo das vítimas ultrapassa R$ 200 mil.
De acordo com o delegado Abimael Silva, responsável pela investigação, os suspeitos atuavam por meio de uma empresa falsa que vendia consórcios como se fossem financiamentos de imóveis. Para garantir o recebimento do bem, as vítimas pagavam um valor que correspondia a 10% do imóvel.
“Os suspeitos diziam que, após pagarem o valor, as vítimas receberiam os bens em poucos dias. No entanto, ao passarem os dias, a vítima procurava a empresa e descobriam que na verdade não existia um financiamento. Elas começaram a comparecer na delegacia para registrar boletim de ocorrência”, explica o delegado.
A investigação durou cerca de seis meses. Inicialmente, 30 vítima foram identificadas. No entanto, após a operação, outras 20 pessoas denunciaram terem sido vítimas do golpe. Conforme o delegado, a empresa não possuía autorização para comercializar consórcios. Por conta disso, ao contratarem o serviço, as vítimas não tinham acesso a um sistema para verificar o andamento do consórcio. “Diante disso, nós conseguimos elementos suficientes para demonstrar essa fraude, e demonstrar quem eram os cabeças do sistema”, comenta Abimael Silva.
O dono da empresa foi identificado como Leonardo Gabriel Silva de Sousa. Outros três suspeitos, que atuavam como supervisores, também participavam do esquema. O grupo criminoso foi preso por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e outros crimes contra o consumidor. "Até então, o prejuízo foi de R$ 200 mil. Mas, só hoje, durante a operação, chegaram mais vítimas. O prejuízo pode ser bem maior”, destaca.
Ainda na tarde desta terça, serão realizados exames de corpo e delito e interrogatórios. Amanhã (26), será realizada a audiência de custódia e o inquérito policial deve ser concluído nos próximos cinco dias.