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75 famílias do Residencial Deus Quer temem ser despejadas

Polícia Militar já teria informado que vai cumprir a ordem de despejo.

14/11/2015 08:37

Há pouco mais de quatro meses, 75 famílias ocuparam um terreno no Residencial Deus Quer, localizado na zona Sul de Teresina, e iniciaram a construção de suas casas. A área, que pertence à Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), já segue na segunda etapa de obras e muitas moradias já foram erguidas no local. Contudo, a população está assustada e temendo que os imóveis sejam derrubados após receberem ordem de despejo da Polícia Militar (PM). 

O líder comunitário do Residencial Deus Quer, Nilton de Jesus Silva, explica que uma viaturas da PM, comandada pela coronel Júlia Beatriz, esteve no local na última segunda-feira (9), determinando que as obras fossem paralisadas e que os operários saíssem do terreno. 

Foto: Assis Fernandes/ODIA

Segundo Nilton, a primeira etapa da construção das casas foi feita sem problemas, mas a segunda etapa corre risco de não ser concluída. “Nós queremos que o Governador resolva a parte que cabe a cada um dos ocupantes. A Emgerpi disse que vai regularizar os terrenos que fazem parte da primeira etapa e essa segunda etapa é a sobra da primeira, que não deu tempo ser concluída. E o que eu não entendo é porque estão dizendo agora que a área precisa ser desapropriada”, disse. 

Nilton de Jesus frisa que as famílias que residem no Deus Quer são carentes e dependem desse terreno para construir suas casas. A própria comunidade está fazendo mutirões para que as residências sejam erguidas. “As pessoas veem alguém que já tem casa aqui na obra e acha que é ele querendo outra, mas não é, são pais ajudando os filhos a terem seu lar também. Aqui, todo mundo ajuda todo mundo a subir as casas. Em dia de domingo, quando as pessoas estão de folga, todas as famílias se juntam e ajudam a fazer massa, a levar tijolo”, relata. 

Nilton de Jesus Silva destaca que os moradores cadastrados para ocuparem um lote do terreno estão seguindo as orientações presentes em um termo firmado com a associação, como preservar as áreas verdes; proibida a venda dos lotes; cada família será responsável pela construção de sua casa, iniciando a obras num prazo de 120 dias; além de pagar pelo lote ocupado, de acordo com a proposta enviada pela Emgerpi. 

Por sua vez, o presidente da Empresa, Ricardo Pontes, explica que acionou a justiça solicitando a reintegração de posse da área ocupada e que os moradores já foram notificados. Ele enfatizou que o terreno pertence ao Governo do Estado e que será entregue à Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH) para que sejam feitas moradias seguindo o programa Minha Casa, Minha Vida. 

A Emgerpi está aguardando a ordem de despejo, que pode ser emitida a qualquer momento. “Assim que sair, iremos lá fazer a desapropriação da terra. Vale lembrar que a primeira etapa da construção das casas foi feita há alguns anos, mas a Emgerpi não constrói mais casas, porque tem que seguir as regulamentações do programa Minha Casa, Minha Vida e quem faz isso é a ADH”, disse Ricardo, acrescentando que a segunda etapa da obra não existe, logo, as casas erguidas no local
Por: Isabela Lopes - JornalODIA
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