Há pouco mais de quatro
meses, 75 famílias ocuparam
um terreno no
Residencial Deus Quer,
localizado na zona Sul
de Teresina, e iniciaram
a construção de suas
casas. A área, que pertence
à Empresa de Gestão
de Recursos do Piauí
(Emgerpi), já segue na
segunda etapa de obras e
muitas moradias já foram
erguidas no local. Contudo,
a população está assustada
e temendo que os
imóveis sejam derrubados
após receberem ordem de
despejo da Polícia Militar
(PM).
O líder comunitário do
Residencial Deus Quer,
Nilton de Jesus Silva,
explica que uma viaturas
da PM, comandada pela
coronel Júlia Beatriz,
esteve no local na última
segunda-feira (9), determinando
que as obras fossem
paralisadas e que os operários
saíssem do terreno.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Segundo Nilton, a primeira
etapa da construção
das casas foi feita sem problemas,
mas a segunda
etapa corre risco de não ser
concluída.
“Nós queremos que o
Governador resolva a
parte que cabe a cada um
dos ocupantes. A Emgerpi
disse que vai regularizar
os terrenos que fazem
parte da primeira etapa
e essa segunda etapa é a
sobra da primeira, que não
deu tempo ser concluída.
E o que eu não entendo
é porque estão dizendo
agora que a área precisa
ser desapropriada”, disse.
Nilton de Jesus frisa que
as famílias que residem no
Deus Quer são carentes
e dependem desse terreno
para construir suas
casas. A própria comunidade
está fazendo mutirões
para que as residências
sejam erguidas. “As
pessoas veem alguém que
já tem casa aqui na obra
e acha que é ele querendo
outra, mas não é, são pais
ajudando os filhos a terem
seu lar também. Aqui, todo
mundo ajuda todo mundo a
subir as casas. Em dia de
domingo, quando as pessoas
estão de folga, todas
as famílias se juntam e
ajudam a fazer massa, a
levar tijolo”, relata.
Nilton de Jesus Silva
destaca que os moradores
cadastrados para ocuparem
um lote do terreno
estão seguindo as orientações
presentes em um
termo firmado com a associação,
como preservar
as áreas verdes; proibida
a venda dos lotes; cada
família será responsável
pela construção de sua
casa, iniciando a obras
num prazo de 120 dias;
além de pagar pelo lote
ocupado, de acordo com
a proposta enviada pela
Emgerpi.
Por sua vez, o presidente
da Empresa, Ricardo
Pontes, explica que acionou
a justiça solicitando a reintegração
de posse da área
ocupada e que os moradores
já foram notificados.
Ele enfatizou que o terreno
pertence ao Governo do
Estado e que será entregue
à Agência de Desenvolvimento
Habitacional (ADH)
para que sejam feitas
moradias seguindo o programa
Minha Casa, Minha
Vida.
A Emgerpi está aguardando
a ordem de despejo,
que pode ser emitida
a qualquer momento.
“Assim que sair, iremos
lá fazer a desapropriação
da terra. Vale lembrar
que a primeira etapa da
construção das casas foi
feita há alguns anos, mas
a Emgerpi não constrói
mais casas, porque tem
que seguir as regulamentações
do programa Minha
Casa, Minha Vida e quem
faz isso é a ADH”, disse
Ricardo, acrescentando
que a segunda etapa da
obra não existe, logo, as
casas erguidas no local
Por: Isabela Lopes - JornalODIA
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