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A partir de hoje, hospitais do estado funcionam só na urgência e emergência

Médicos iniciam a paralisação por três dias dos atendimentos eletivos, consultas e exames. Pacientes vieram do interior e se depararam com hospitais fechados.

27/05/2019 09:17

Os médicos do estado iniciaram nesta segunda-feira (28) a paralisação de três dias dos atendimentos eletivos, consultas e realização de exames laboratoriais na Capital e nos municípios do interior. O objetivo do movimento paredista é reivindicar melhores condições de trabalho e o cumprimento, por parte do governo, do plano de carreira do profissional da saúde.


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Lúcia Santos, diretora do Simepi (Sindicato dos Médicos do Piauí) e da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), explica que há unidades de saúde no Piauí que não contam nem com o básico para atender à população. “A estrutura física está precária, faltam insumos, materiais básicos, roupas de centro cirúrgico, falta tudo. Além do que, temos também nosso plano de carreira que não está sendo cumprido, ou seja, a gente trabalha em condição de risco e ainda não é valorizado”, afirma.


Médicos do Piauí estão paralisados por três dias - Foto: Lalesca Setúbal/O Dia

A diretora do Simepi cita como exemplo de precariedade no atendimento a Maternidade Dona Evangelina Rosa, que está passando por interdição ética após registros de morte de pacientes e recém-nascidos por infecção hospitalar. E essa falta de estrutura é sentida na pele não só pelos profissionais, mas principalmente pela população mais carente, que chega a ficar totalmente desassistida.

É o caso da dona de casa Cremilda Santos, que veio de Pedro II para se consultar hoje e encontrou o hospital fechado. “Meu atendimento estava marcado para hoje, mas não tem como ser atendida. Eu acordei quatro horas da madrugada pra estar aqui, vim sentindo dores, já quatro meses que espero esse retorno, chego aqui e não encontro nada. Fica a cobrança para o governo, que falou que o SUS ia melhorar. Cadê?”, dispara a dona de casa.


Cremilda Santos veio de Pedro II em busca de atendimento - Foto: Lalesca Setúbal/O Dia

Outro que também está na mesma situação, que buscou atendimento nos hospitais do estado e não encontrou foi Francisco José, que veio de Boa Hora. A consulta dele estava marcada para hoje, mas ao invés de um diagnóstico, Francisco levará para casa a incerteza de quando será atendido. “Eu sei que o médico não tem culpa, mas para a pessoa que não tem nada, a situação fica complicada. Minha consulta foi remarcada só para julho, se eu ainda for atendido”, reclama.


Francisco José veio de Boa Hora na esperança de ser atendido - Foto: Lalesca Setúbal/O Dia

A paralisação dos médicos continua ainda amanhã (28) e na quarta-feira (29), quando será realizada assembleia para deliberar sobre a deflagração ou não de greve por tempo indeterminado.

O outro lado

A reportagem do Portal O Dia está tentando contato com a Secretaria de Estado da Saúde para se pronunciar sobre a paralisação dos médicos.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Lalesca Setúbal
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