Após denúncias de maus tratos e cerca de 50 detentos apresentarem suspeita de leptospirose, a Cadeia Pública de Altos passou por vistoria das Comissões de Defesa dos Direitos Humanos e de Direito Penitenciário da OAB Piauí na tarde dessa quinta-feira (21). A qualidade da água do local também foi vistoriada depois de contaminações de detentos.
A direção da Cadeia de Altos apresentou aos membros da OAB que 24 detentos estão hospitalizados, 28 estão em observação dentro da própria unidade prisional e duas mortes confirmadas. Um relatório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) apontou que a infecção foi causada pela água servida no local. O diagnóstico em alguns dos detentos contaminados foi de leptospirose, doença causada pela urina de ratos.
“Estivemos na Penitenciária de Altos para acompanhar o planto de contingência de enfrentamento do adoecimento de parte dessa população carcerária que apresenta sintomas em evolução e que reclama por atendimento médico de qualidade”, disse a ouvidora-Geral da OAB Piauí, Élida Fabrícia Franklin.
Comissões da OAB durante vistoria na Cadeia Pública de Altos (Foto: Divulgação / OAB)
Os representantes da OAB visitaram vários setores da unidade prisional e acompanharam um plano de contingência apresentado pela direção da Cadeia. A ouvidora-Geral Élida Fabrícia explicou que encontrou aspecto adequado no tratamento da água e monitoramento de profissionais da saúde do quadro de saúde dos detentos. Ela disse ainda que foram encontradas boas estruturas.
“Constatamos a existência de um plano que vem sendo monitorado por uma equipe médica e técnica, além de assistentes sociais. Existe também assistência para a realização de videochamadas entre os detentos com seus respectivos familiares e advogados (as)”, afirmou.
Comissões vistoriaram várias estruturas da Cadeia Pública de Altos (Foto: Divulgação / OAB)
As comissões irão produzir um relatório com as condições gerais encontradas na CPA e destacou os acordos firmados após a visita. "Firmamos aqui o compromisso de maior transparência e efetividade na comunicação entre a Secretaria de Justiça, as famílias e a sociedade em geral. Em breve, esperamos chegar a um patamar em que as famílias tenham acesso às informações sobre seus entes que estejam privados de liberdade, sobretudo, que possam acompanhar o estado de saúde de todos eles”, finalizou Élida
Por: Otávio Neto