No último dia 30, Enfermeiros de todo Piauí e algumas cidades do Brasil foram para as ruas reivindicar a regulamentação do piso salarial, férias e horas justas de trabalho . Além do protesto, os trabalhadores paralisaram suas atividades durante 24 horas.
Em entrevista ao PORTALODIA.com, Erick Riccely, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), afirma que a manifestação surtiu um efeito positivo, pois ainda no dia da manifestação (30), o governo do Estado entrou em contato. “Por parte do Governo já teve uma iniciativa. No mesmo dia da mobilização, entraram em contato conosco, perguntando se tinha como a gente conversar sobre algumas questões”, declara.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
O presidente do Sindicato conta ainda que na manhã da última quinta-feira esteve em reunião com o deputado Francisco Rocha que intermediou a situação juntamente com a Secretaria de Administração. Na parte da tarde, Erick Riccely também conversou com o secretário Florentino Neto. “Lá tratamos sobre a questão das férias dos funcionários que estavam suspensas desde o início da pandemia, as promoções e progressões do Estado e a questão do acordo feito pelo próprio Governo com a Enfermagem e que nunca foi cumprido”, informa.
Em resposta às reivindicações, no último domingo (04), o governador Wellington Dias (PT) autorizou a liberação de férias aos trabalhadores da saúde vinculados à Secretaria de Saúde do Estado, a partir do dia 1° de julho. Segundo Erick Riccely, essa foi uma medida extremamente necessária, pois muitos profissionais encontravam-se com as férias acumuladas desde 2018 e isso afetou bastante a saúde mental dos trabalhadores.
"Desde o início da pandemia haviam profissionais com as férias acumuladas que já estavam programadas e com o decreto do início da pandemia, essas férias foram suspensas. O que o sindicato percebeu é que houve um aumento significativo do absenteísmo, ou seja, pessoas entregando atestado médico porque não aguentavam a pressão psicológica e as condições precárias de trabalho. Tudo isso gerou uma coisa que nós nunca havíamos percebido: o aumento das doenças psiquiátricas entre profissionais de saúde, em especial da enfermagem”, confessa o presidente do Sindicato.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Nessa perspectiva, Erick Riccely conta que por parte do Governo do Estado, já houve um posicionamento e as pautas estão sendo tratadas. Entretanto, as demais reivindicações estão em andamento.
“Por parte do Governo do Piauí, já temos uma ideia de que isso será colocado em pauta para andar. Em relação a Fundação Municipal de Saúde, pedi uma reunião com o presidente, porém ainda sem retorno. E a nível nacional, tratando-se da PL, na última reunião com o Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, ele ficou de apresentar uma contraproposta essa semana para as entidades da enfermagem”, conclui.
Edição: Ithyara Borges